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Seul enfrentava o pior inverno dos últimos tempos, as pessoas não se arriscavam a sair de casa. A neve tão branca aos poucos ganhava uma cor escarlate, de um vermelho sangue tão vibrante e vivo.
Os pequenos pés estavam descalços e machucados, feridos por queimaduras de gelo. A pequena garotinha chorava desamparada, estava com fome, medo,dor, totalmente agoniada no extremo frio.
Seus lábios que uma vez foram tão vermelhos quanto o mais maduro dos morangos, agora se encontravam azulados do frio. A menina estava cansada, apenas queria a sua casa, não queria estar ali, sozinha.
A menina tentava forçar a sua cabeça a pensar em alguma coisa de errado que tenha feito, mas nada vinha na memória.
Ela tinha sido uma boa menininha! Sim, tinha sido sim. Então não sabia o motivo de sua mamãe ter ficado tão brava ao chegar em casa e ver o seu marido no quarto sozinho com ela. Ele era o seu papai, certo?
A mãe mesmo disse que ela teria que obedecer ao seu novo papai.
Ele quem a chamou para brincar de casinha! Ora, era a sua brincadeira favorita.
Mas então o homem que deveria ser o seu papai começou a fazer coisas estranhas, coisas que a deixou com medo, tocando seu corpo e dizendo palavras que uma vez aprendeu serem feias.
Então a sua mamãe chegou na hora e viu o seu tão amado marido em cima de sua não tão amada filha.
A mulher ficou com tanta raiva que bateu na menina, gritando palavras feias, dizendo que a pobre menininha estava seduzindo seu marido.
Bem, tudo foi tão rápido e agora a pequena garotinha estava na rua e sentia cada vez mais dificuldade para respirar. Sentia medo, muito medo. O céu estava escuro e sem nenhuma estrelinha, e ela gostava tanto delas.
A menininha mal sentia seu próprio corpo devido ao frio. Ela apertou a bonequinha de pano em seus braços, que era a sua única companhia e amiga, a pobre boneca estava em trapos, faltando fios de seu cabelo que um dia fora ruivos, com apenas um olho e nem a costura da boca tinha mais. O corpinho molenga com um vestidinho florido.
Estava quase sem forças, seus olhinhos pesavam cada vez mais.
E finalmente a pequena garotinha caiu no chão coberto por neve, gemeu de dor e tentou levantar mas sem sucesso algum pois estava fraca, deixou seu corpo cair novamente e sentiu seus olhos pesarem, os piscando lentamente e a menininha não viu que um enorme portão de ferro se abria e um homem fardado corria desesperado até o seu encontro.
A doce garotinha havia cedido ao sono e o cansaço.