𝟎𝟎𝟏. 𝐅𝐔𝐆𝐈𝐓𝐈𝐕𝐀𝐒 𝐄𝐌 𝐒𝐄́𝐑𝐈𝐄

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— Onde está a garota? — O homem Russo questionou em sua língua.

— Em sua cela. — O outro respondeu no mesmo tom.

Aquele que antes perguntara começou a andar em passos firmes até o local indicado, abrindo a porta de grades para ver a menina de cabelos escuros e aparência cansada encolhida no canto do lugar.

— Levante-se, não temos tempo a perder. — Ela fez o que foi mandado, logo entrando no mesmo corredor gelado e morto, caminhando com guardas em sua volta. Mesmo que fosse impossível reagir com aquelas drogas em seu sangue. — Sabe o que fazer. Não nos decepcione.

— Sim, senhor. — Em poucos minutos, a criança já estava vestida em seu uniforme e dentro do avião, onde seria enviada para uma das suas mais perigosas missões: invadir aquele laboratório.

Quase 24 horas depois, ela chegou ao País onde tudo mudaria. O destino ali se tornaria impossível de prever, um passo errado e era a morte certa.

O plano era simples: chegar até o meio do prédio e explodi-lo com suas chamas apavorantes. Se ninguém a visse, nada daria errado. Nada poderia dar errado. Aquilo não podia dar errado.

Então a garota sem nome caminhou por horas no frio escaldante, se aquecendo apenas em suas próprias faíscas. E quando finalmente chegou, encarou o edifício. O prédio era enorme e dava calafrios na mesma, as paredes brancas facilmente a lembrariam um hospício, se ela soubesse o que era um. Era a hora... a hora de definir se iria viver ou morrer.

Ela entrou. Tudo estava frio e silencioso, assim como lá fora. Aquilo não era um bom sinal. Envolveu suas mãos em bolas de chamas e começou a caminhar, sem fazer o mínimo barulho, assim como foi ensinada. A cada passo, mais próxima de ter um infarto a menina estava. Sua respiração estava descontrolada e suas mãos tremiam.

E então, tudo deu errado.

Assim que a criança chegou perto do elevador, homens surgiram das sombras cercando-a, apontando armas para sua cabeça. Isso nunca seria o pior. Pior seria o que ela teria que fazer a seguir. A morena suspirou sentindo os inimigos colocarem o dedo no gatilho, e assim o fez. As pequenas chamas em suas mãos se tornaram uma avalanche de fogo que engoliu aqueles homens que provavelmente tinham uma família. Os gritos agonizantes podiam ser ouvidos por todo o prédio. Pensar na carne daqueles norte-americanos queimando e fazendo companhia aos seus olhos que provavelmente derretiam fazia a garota do fogo querer chorar e se juntar a eles naquele mesmo instante. Mas ela não o fez. Não poderia fazer.

Com o fim dos assassinatos, a menina tropeçou para trás com lágrimas em seus olhos e a poeira causada pelas chamas decorando sua pele. A criança odiava com todas suas forças usar seu poder para aquilo.

Enquanto tinha sua cabeça baixa entre as pernas, alguém tocou em seu cabelo, fazendo-a levantar a mesma rapidamente. Um homem de cabelos brancos e aparência já levemente velha a encarava com um sorriso solidário.

— Q-quem é você?

— Eu que deveria te perguntar, não é, pequena invasora? Meu nome é Martin Brenner, eu trabalho aqui. E como te chamam?

— Eu não tenho um nome. Mas eu tenho 12 anos.

— Muito bem, pequena. O que acha de ficar aqui? Podemos cuidar de você. — Ela começou a se afastar.

— Não... eu não posso. Eles não deixam.

— Quem não deixa? — Perguntou intrigado, questionando-se se havia encontrado finalmente ela.

— Os homens maus. — Brenner viu a oportunidade em sua frente, aquela era a arma da Rússia. E agora seria dele.

— Os homens maus não vão te machucar aqui.

𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐈𝐍 𝐇𝐄𝐋𝐋 - 𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐓𝐡𝐢𝐧𝐠𝐬Onde as histórias ganham vida. Descobre agora