Capítulo 8

139 5 5
                                    

Parte 2 - A chave

"Alguma coisa mudou em mim, eu não poderia ter mudado.
A mistura dos dois juntos, nós dois em frente a destruição
Sou quebrável, sou inquebrável
Sou cruel, não sou cruel"
- Unreavel, Tokyo ghoul

***

Era uma segunda-feira quando Amanda e eu decidimos ficar na escola para ajudar na decoração de uma futura festa. Vanessa havia combinado de ficar também, mas não apareceu para nos ajudar. Sendo assim, fizemos todos os enfeites de cor azul e vermelha.

- Vanessa gostaria de colocar detalhes pretos em todo lugar. - Falei, fazendo uma breve observação.

Amanda me olhou com um olhar diferente. Depois, percebi que não estava me encarando, e sim a correntinha com a chave.

- Bela... Chave - Falou e soltou um sorriso meio forçado.

Parei de ir ao porão desde aquele incidente. Tinha medo de que o vizinho fosse ma atacar novamente. A única coisa que tinha daquela noite era a pequena chave.

Eu sabia que tinha algo de estranho nela. Por algum motivo, me sentia mais segura quando ela estava comigo. Também não gostava que a olhassem.

- Obrigada. - Agradecia enquanto arrumava os enfeites.

- Onde a achou? - Perguntou, mas logo fora interrompida por um grupo que passou animado mais a frente.

Este grupo parou em nossa mesa, pois havia muitos lugares, e conversaram bastante.

Como Amanda estava de frente para mim, os jovens tomaram posse dos lugares ao nosso lado. Entre eles, uma garota apenas - de cabelo castanho encaracolado. A garota vestia roupas parecidas com as minhas.

Ela falava muito. Sorria alto e as vezes olhava para mim e Amanda, como se quisesse entender o porquê de estarmos naquela panelinha.

Quando me olhou feio, levantei e fiz um sinal para que fôssemos embora, mas infelizmente, não Vi que outro ser indesejável estaria ali.

- Pessoal, estamos excluindo essas duas maravilhosas meninas! - Reclamou Max, com um tom de deboche.

Max olhou para mim e sorriu mais uma vez, fazendo com que suas covinhas aparecessem. Depois, se voltou para a turma.

Todos nos encaravam também, como se não nos quisessem ali. Porém, percebi que não estavam me encarando, e sim para Amanda.

Ela parecia muito incomodada por estar ali, assim como eu, só que bem mais. Parecia conhecer cada um deles com a ponta da unha.

- Vamos Sarah. - Amanda me pegou pelo braço e me conduziu até outra mesa, mas Max nos seguiu, sempre com a mesma expressão de graça.

Eu me sentei, mas Amanda continuou em pé. Logo, arrumou seu cabelo loiro, fez um biquinho e virou-se para Max, que estava atrás dela.

- Por Deus! O que você quer? - Perguntou, brava. - Eu já disse que não quero mais falar sobre nós.

Max por sua vez, gargalhou exageradamente. Depois deu a volta em nossa mesa, se sentou bem em minha frente e disse:

- Não tenho assuntos para tratar com você Amanda. Quero falar com a Sarah.

Minhas bochechas ficaram vermelhas na mesma hora em que disse aquilo. Estava tão envergonhada que não olhei para Amanda. Afinal, o que pensaria ela? Max e eu não tínhamos nada. Exceto pelo beijo, mas apenas sonhei. Nada era real.

A chave mestiça - Versão AntigaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora