Capítulo 62

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- Marcelo Narrando -

Depois de muito conversar e mimar a Brenda consegui animar a doidona um pouquinho. Levei ela pra minha casa e parece até piada, quando chegamos a Andressa estava sentada na sala com a Thaís cheia de coisa de bebê em volta.

- Vem ver as coisas, amiga - minha nora chamou e ela me olhou sorrindo de lado

- Só coisa linda - se sentou ao lado da Andressa - Já escolheram o nome?

- E eu que pensava que essa era parte mais fácil, o que eu gosto o Felipe não gosta e assim vai - falou pegando uns sapatinhos

- Nunca falaram em nome de filho não? - perguntei olhando um macacão escrito "sou do vovô"

- Não, tinha que falar? - perguntou confusa e a Brenda riu

- Eu e meu primeiro namorando já na época só de beijos e sabendo que não seria eterno falávamos - Brenda falou e a Andressa ficou pensativa

- Não é possível que vocês nunca falaram - minha filha negou com a cabeça

- Ih, vocês são chatos - resmungou

- Você que é maluca - falei rindo

Elas ainda falaram mais um pouco sobre bebê mas eu logo chamei a Brenda pra subir comigo. Ela estava deitada na cama, estava pensativa e distante.

- Que foi? - perguntei e ela me olhou

- Tô preocupada com a Mayara - falou se sentando

- Seu amigo falou alguma coisa? - perguntei e ela negou

- Não, mas sabemos bem a condição desses lugares que fazem aborto - falou preocupada

- Não vai ter acontecido nada, se não o Nandinho teria falado - falei e ela sorriu de lado

- Eu espero mesmo, Marcelo - falou respirando - Obrigada - falou de repente

- Pelo o que? - perguntei confuso

- Por todo apoio, você não tinha obrigação - falou me olhando

- Obrigação não mas que homem eu seria se não ajudasse minha mulher? - falei e ela riu baixo

- É, você tem razão. Somos um só - falou sorrindo

- Que profundo - falei fingindo emoção e ela riu

- Bobo - negou com a cabeça rindo

- Brenda Narrando -

Acredita que minha avó resolveu ficar mais uns dias com a Karen? Segundo ela eu tenho que aproveitar meu namorado mas eu vou na Karen todos os dias e nem quero saber, Luan que está amando isso tudo. Hoje eu recebi uma mensagem da Mayara pedindo pra ir na casa, saí de casa quando o Nandinho me chamou.

- Oi, viado - falou me abraçando

- Oi, piranha - falei beijando o rosto dele e o uber chegou

Uns 20 minutos depois nós chegamos na casa da Mayara, assim que ela abriu a porta se jogou nos meus braços me abraçando.

- Amiga, eu fiz a maior burrada da minha vida - falou chorando e eu entrei com ela

- Ei, tenta ficar calma - sentei no sofá com ela e estava me matando o estado dela

- Eu não tinha o direito de acabar com uma vida - falou rápido negando com a cabeça - Eu sou a pior pessoa do mundo

- Não é, Mayara - falei tentando acalmar ela e o Nandinho sentou ao nosso lado fazendo carinho no cabelo dela - Tira isso da sua cabeça

- Nem todo erro implica em tirar uma vida - falou e soluçou 

- Era só um feto - engoli o choro e suspirei - Se você não sente vontade de ser mãe e reclamante não era o que você queria foi a opção certa

- Ela tem razão - Nandinho concordou - O que nos deixou preocupado foi você ter tomado a decisão de baseada na raiva e ter ido nessas clínicas horríveis

- O pior mesmo é a justiça divina - falou baixo

- O que você tá falando? - perguntei confusa

- O Anderson veio aqui pra gente conversar e acabou vendo o exame, ele ficou todo feliz mas eu tive que acabar com a felicidade dele dizendo o que eu fiz - falou e eu fiquei sem saber o que falar - Ele me arrasou, se tivesse me batido seria melhor

- Não fala besteira - falei séria

- Ele estava com raiva e não podemos tirar a razão dele - Nandinho falou calmo - Mas também não fale que seria melhor ter apanhado, piranha

- Essa não é a justiça divina - riu sem humor

- O que tá acontecendo? - perguntei séria

- O Nandinho me levou ao médico e eu peguei os exames hoje, eu tô com uma infecção - falou soluçando - O médico me receitou remédios e eu corro riscos de não conseguir engravidar

- Você disse tanto que não queria ser mãe que agora corre esse risco - Nandinho sussurrou e tampando a boca em seguida - Desculpa, piranha

- A questão é a opção - falei e ela assentiu limpando o rosto - Não querer ser mãe por escolha é uma coisa

- É fácil falar quando temos a opção, agora ser uma coisa imposta é difícil - falou limpando o rosto - Vocês não têm noção de como eu me arrependo

- Eu imagino que está sendo muito difícil - Nandinho falou e eu concordei

- Eu não devia ter feito - sussurrou em meio ao choro

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