Preferência

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"Então eu imploro de joelhos, podemos compartilhar identidades? Você sempre vai precisar? Temos necessidades comuns. Podemos com certeza nos esgotar, podemos estar completos, necessitando da tabela de endereços". - Big Red Machine ft Taylor Swift.

***

Sábado,  as 10:00 horas da manhã, Tony tentava entender como a irmã estava de volta, da mesma maneira que ela saiu, ela voltou, como um fantasma. Não que ele não tivesse problemas o suficiente, Peter estava comendo seu cérebro com todo o acontecido de Steve, mesmo assim  ele não abriria mão de que a noite Steve estivesse na festa de despedida de Peter para a faculdade, agora que Morgan já tinha suas memórias, a menina acordava chorando com pesadelos de antes de ser adotada pela família, e ela se acalmava com carinho e musiquinhas. A empresa estava um inferno com todas as demissões, treinando a nova equipe e o plano absurdo deles de vender as ações que Ransom possuía na empresa Stark para tirar os poderes dele, era útil fácil e rápido, mas Tony sentia que isso traria mais merda em suas portas.
Tony sentiu o olhar profundo da irmã e revirou os olhos.
- Então? Você foi para Paris,  fez terapia e agora quer estudar artes e separar da sua esposa?
- Na verdade, eu pedi a Rhodes para ser meu advogado, e ele já entrou com o pedido de divórcio, mas não acho que a Valkyrie vai aceitar facilmente.
- Você é a galinha dos ovos dourados dela, literalmente.
- Não que seja diferente entre você e Ransom.
- Não era antes.
- Ele continua desagradavelmente sendo bom, educado e gentil?
Tony riu, era uma diferença gritante entre Ransom e Steve, por mais parecidos que eles sejam, a personalidade os fazem ser distantes um do outro. E Tony apreciava muito ser ouvido e tratado com respeito, mas do que ele acreditou que poderia gostar.
- Sim, ele continua assim.
- Ele ainda está dormindo?
- Eu não sei, ele não está morando aqui no momento.
- Você o mandou embora? - Carol quase lhe abraça, mas Tony segura suas mãos.
- Não, ele foi por vontade própria-, ele ainda não ia contar aos irmãos,  que Ransom não era Ransom e sim Steve. James iria matar Tony, ele fez careta. -, mas ele continua trabalhando na empresa.
- Você diz trabalhando, trabalhando ou trabalhando?
- Trabalhando, trabalhando. Ele ajudou a identificar os erros nas finanças e organizar a nova equipe, a maneira de admistrar as contas, despesas e lucros.
Carol deu uma gargalhada alta se jogando nas almofadas do sofá macio.
- E James?
- Já o tentou matar umas três vezes, mas eles trabalham bem juntos, e acho que isso incomoda James ainda mais.
- Eu queria ver isso, mas não obrigada. Tony?
- Sim, irmãzinha.
- Eu não nasci para o escritório, eu queria isso para mostrar que eu poderia fazer melhor, queria esfregar na cara do Howard que eu poderia trabalhar na empresa horrorosa dele. Acho que quando ouvi que a empresa estava prestes a falir, eu achei meio poético que a coisa que o nosso pai amou mais do que qualquer coisa fosse para o limbo do esquecimento. Me deu uma certa alegria.
- Eu imagino, papai foi horrível com você, mais do que qualquer um.
- Ele foi por que não era meu pai de verdade -, Carol deu de ombros, mas Tony se sentou melhor encarando a irmã com preocupação-, eu sei desde criança, não era sua obrigação cuidar disso Tony, não você. Estou bem, esse foi um assunto que eu discuti bastante na terapia, eu estou   bem com isso agora.
- Fico feliz em saber disso, Carol, mas não importa: você é minha irmãzinha, ouviu?
- Eu sei, Tony.
- Ótimo  -, Tony sorriu e olhou para o chão, quanta merda um bando de gente adulta poderia aguentar por causa da sua infância conturbada por pais ausentes e falta de amor?
- Quero vender minhas ações- ,Carol diz calma-, não acho que eu precise estar na empresa, eu tê-las herdado já foi um grande golpe de sorte.
- Provavelmente coisa da mamãe.
- Provavelmente  -, Carol concorda-, mas em Paris eu me conectei com a arte e a natureza, totalmente diferente do que eu sempre tive aqui, e eu me senti feliz.
- É ótimo saber disso, Carol.
- Que bom que você não está me julgando, você é nosso irmão mais velho e sua permissão sempre contou demais para mim, Tony. Não quero decepcionar você.
Tony sabia que era o exemplo de Carol em tudo, sabia que desde trabalho a amor, Carol só queria impressioná-lo e chamar sua atenção.
- Sem problemas Carol, você nunca me decepcionou.
- Eu quero vender as minhas ações a você, não fico feliz em ver que você vendeu metade das suas ações para Thor, seja lá quem ele seja, ele me dá um pouco de arrepios. Se você ficar com a minha parte, você fica com mais para enfrentar ele dentro das nossas empresas e James já tem 25% junto com as ações que Natasha comprou. E sabemos que se for preciso, Natasha passará tudo para ele.
- Natasha não se importa com dinheiro.
- Bem, ela é filha de um bilionário russo, as vezes eu acho que eles estão envolvidos com a máfia.
Tony gargalhou naquela vez.
- Tenho quase certeza que se fosse a máfia russa Natasha  não se casaria com um americano.
- Quem sabe? As coisas mudam, milhões de dólares não significa muito para aquela família, quero dizer quem tem tanto dinheiro?
- Nós e não somos a máfia.
- Já tivemos mais dinheiro, mas não igual a família da Nat.
Tony ponderou -, ok, talvez sejam a máfia.
- Tony sério agora. Quero vender minhas ações a você, quero ter minha própria vida, ter essa vida protegida pela família Stark, é absurdo, sou uma mulher adulta, eu deveria ter feito como James anos atrás: com idade o suficiente ir para fora do país, ser feliz, ter minha propria casa e trabalho.
- Entendo, mas Carol, você tem certeza que quer abrir mão das suas ações?
- Tenho.
- Elas são uma segurança para você.
- Não, elas são um fardo pra mim.
Tony suspirou e segurou a mão da irmã antes de beijar.
- Então, se você tem certeza, segunda-feira oficializamos isso.
- Obrigada e Tony? Não conte a ninguém, não quero que isso chegue a Valkyrie, e eu só posso me desfazer disso antes do pedido de divórcio entrar em vigor, tem que ser rápido. Não quero dar um único dólar a ela.
- Tudo bem, irmã. É você quem sabe.
- Ela fez minha vida um inferno nos últimos anos, agora eu quero que ela vá para o inferno.
E Tony concordou, não apenas por que Valkyrie merecia, mas porque ele mesmo tinha o mesmo sentimento em relação a Ransom, ele apenas não  sabia quando o sentimento se tornou algo tangente e palpável, ele queria muito que Ransom se fodese, esse era o sentimento que restou em relação ao marido. Os irmãos se encararam com o sentimento escancarado de ódio e vingança a pessoas que os fizeram tão mal.
A noite, Tony fechou a porta do escritório e Peter emburrado com a cara fechada o encarava quando ele se sentou ao lado do filho mais velho.
- Por que você me chamou aqui, pai?
- por que quero conversar com você antes da festa começar.
- Estamos aqui.
- Steve está vindo.
- O que? - Peter explodiu se levantando e Tony o puxou de volta para a cadeira.
- Eu o convidei.
- Por que?
- Ele é... está interpretando meu marido, por assim dizer, seria estranho se ele não estivesse aqui essa noite, na sua festa de despedida.
- Pai...
- Ainda mais que não haveria festa se ele não tivesse insistido, Peter.
- E eu deveria fazer uma estátua em homenagem a ele?
- Me respeita, Peter. Seu avô nunca me contou as coisas que ele fazia, eu estou sendo honesto com você. Então demonstre algum respeito por isso.
- Eu só não consigo entender como você pode confiar nele. Depois de tudo!
- Que tudo, Pete? Quando eu estava bêbado ele me ajudou, todas as vezes, quando Valkyrie surtou nessa casa, ele ajudou, quando a empresa estava indo de mal a pior ele ajudou. Quando Morgan sumiu ele estava aqui por nós. Ele me contou que tentou falar com Ransom, mas ele não deu a mínima. Ransom que conhece a Morgan desde pequena, que ajudou na adoção não se importou, mas Steve sim, ele estava aqui. Eu não sou tolo de achar que conheço Steve melhor do que eu conhecia Rasnom, mas eu confio nele. Por vocês, ele cuidou de vocês e amou vocês mais do que Ransom, até mais do que eu algumas vezes.
- Pai o senhor sempre amou a gente.
- Sim, e sempre vou amar. Mas eu não cuidava de vocês direito, e Steve deixou isso claro dando a vocês toda a atenção que eu não dava a anos, eu culpava Ransom por isso, mas ele não estava aqui, então eu fui forçado a admitir os meus erros, e graças a Steve.
- Você confia nele por que ele foi bom pra gente?
- Isso, é exatamente isso. Não tinha certeza disso até a maneira que ele se comportou durante o desaparecimento de Morgan.
- O que o senhor quer, pai?
- Que você não conte a ninguém sobre o Steve, okay? Se não quiser falar com ele, tudo bem filho, é um direito seu, mas não conte a ninguém sobre o Steve.
- A Morgan sabe.
- Sabe, pelo o que eu entendi, a Morgan foi a primeira a descobrir quem ele é.
- Como você sabe?
- Steve me contou e Natasha confirmou.
- Espera, a tia Nat sabe?
- Ela descobriu quando ouviu Steve discutir com Ransom por telefone, e ela investigou ele e então ajudou ele.
- Ela sabia? E o tio James?
- Não, ele provavelmente nem sonha com isso.
- Sempre achei a tia Nat a mais sensata daqui.
- Eu também, se ela confia nele Pete...
Peter encarou os olhos do pai e suspirou derrotado, ele concordou com a cabeça e olhou para o lado.
- Okay, pai. Mas só hoje.
- Você não pode contar para ninguém sobre isso. Não por enquanto.
- Eu não vou contar, quer dizer a Mj já sabe.
Tony revira os olhos e sorri dando um tapinha na perna dele.
- Ela eu já imaginava, filho.
- Tá, eu vou procurar a Mj, até daqui a pouco.
Tony cruzou as pernas e fechou os olhos, passando a mão na testa, ele até ia pedir para Peter fechar a porta, mas acabou desistindo, quando Peter aprenderia a fechar a porta? Desde pequeno deixando as portas abertas depois de sair,era uma mania horrível.
Quando a situação da empresa se estabilizasse e Ransom estivesse longe da sua vida, Tony iria fazer uma viagem, só por um mês, só para descansar sua mente por um tempinho. Os últimos anos estavam sendo difíceis, mas o último ano, deus, ele desejava ser uma criança para poder se esconder embaixo da cama quando sentia medo.
Ele escuta alguém bater na porta, ele imediatamente sabia que não era um de seus irmão ou filhos.
- Entra - Ele disse antes de erguer a cabeça.
- Para voce - Tony ergue a cabeça vendo, Steve com Morgan no colo usando um terno azul escuro, a barba aparada mas bonita, os olhos azuis  com linhas em castanho e verde.  Morgan com um vestido lilás e os cabelos presos em rabo de cavalo que Tony sabia que não iria sobreviver até o fim da noite. Ele segurava um copo de café na mão livre e estendendo para Tony.
- Obrigado -, Tony pega e sorri para ele -, como você sabia?
- Morgan comentou, muito baixinho, que você contou que estava cansado, imaginei que um pouco de cafeína te faria sentir um pouco melhor.
Tony antes de beber o café, sentiu o cheiro e então tomou um gole.
- Você estava certo  -, Tony contou tomando mais um gole.
Steve e Morgan comemoram juntos, a menina abraçou Steve pelo pescoço, ela ter voltado a falar era uma benção, mas Tony estava com medo, que acontecesse como da última vez, que a menina se fechasse tão rigorosamente que ela poderia decidir não falar mais, então era ótimo saber que ela falava com Steve, mesmo que ela pouco falasse com os outros.
- Como vai pequena? Ansiosa para a festa? - Tony tentou.
Morgan fez que sim com a cabeça.
- Não  -, Steve beija o rosto dela -, use as palavras para conversar com o papai, você consegue.
Ela concordou com a cabeça novamente, e Steve a encarou fechando um dos olhos, Morgan riu.
- Tá  -, ela virou o olhar sorridente para Tony -, estou bem papai.
- Que bom meu amor -, Tony termina seu café e abre os braços para Morgan -, vem com o papai.
E Morgan foi feliz e Steve sorri para eles, enquanto Tony conversa baixinho com Morgan e Steve.
Durante a festa, Tony se vê sozinho naquela noite, Peter estava dançando com a namorada, Steve conversava com Thor enquanto dançavam, ele não conseguiu decidir porque aquela cena o incomodava, mas o incomodava, talvez por que ele nunca viu Steve tão próximo de alguém, como ele se tornava cada dia mais próximo de Thor, afinal, não haviam mentiras entre eles. Carol bebia champanhe no canto da festa com Rhodes, eles conversavam gentilmente, Tony ficava feliz por ver a irmã mais nova feliz e confiante.
- Seu marido não vai trocar você pelo outro sócio, vai? - James pergunta com sua cara fechada habitual, o terno preto segurando a cintura de Natasha em seu vestido verde esmeralda-, eles estão chamando muita atenção, principalmente dos fotógrafos.
- A mídia vai adorar isso, amanhã  - Tony concordou com o irmão, mas o que ele podia fazer? Ele não podia obrigar Steve a passar a noite do lado dele.
- Tem que fazer alguma coisa, Tony.  Isso não vai ficar bonito para nós amanhã - James reclama.
- Meu deus, Bucky! É uma festa - Natasha reclama -, será que você poderia parar de pensar em trabalho? Ou na mídia? Só aproveite, por favor.
- Eu estou aproveitando -, Bucky se defende e Tony acha graça  -, eu estou com a mulher mais bonita da festa.
Natasha sorri para ele e beija seus lábios.
- Você está mesmo, agora mexa essa bunda bonita e traga uma taça de champanhe para a mulher mais bonita da festa, eu te espero aqui, marido.
Bucky com seu sorriso guardado apenas para Natasha e Morgan,beija a esposa rapidamente e sai em busca de uma taça de champanhe para ela.
- James está certo, Tony.
- Ah Nat, pelo amor de deus.
- Sério, ele está dançando com Thor, mas não dançou com você, e no último ano, não houve escândalos de traição de Ransom.
- É por que é  o Steve!
- Exato, mantenha a boa impressão, dance com ele, a mídia vai adorar, vocês têm sido vistos bastante juntos ultimamente, continuem vendendo a ilusão do amor a mídia e os adolescentes amam.
- Não sou um artista, não preciso da opinião de adolescentes na internet para manter minha profissão.
- Não, não precisa, mas boa publicidade é melhor que uma publicidade ruim, vá de uma vez, dance com ele, Tony.
- Não posso forçar o Steve.
- Ele tem nos colocado numa situação bem delicada nos últimos meses, então o que é uma dança para agradar a mídia e alguns convidados?
- Eu odeio você, Natasha.
- Por que eu tenho razão?
- Sim.
- No que você tem razão, meu amor? - James aparece com a taça de champanhe e entrega para a esposa.
- E no que eu não tenho razão, minha vida?
- Ainda não encontrei tamanho absurdo -, James responde segurando o corpo da esposa e indo para trás dela beijando sua nuca.
Tony viu o clique de uma câmera, e olhou para o lado, o fotógrafo tirava fotos de James e Natasha, eles eram o caso de amor que a internet amava, os pais de um monte de adolescentes no twitter, mas ele se moveu para a pista de dança, deixando a taça vazia com um dos garçons, ele revira os olhos sorrindo para um fotógrafo em seu caminho, ele se aproxima de Thor e Steve ouvindo Steve rir alto de alguma coisa, ele toca delicadamente no braço de Steve.
Hora do show, e ele era ótimo para isso, câmeras amavam ele.
- Posso ter o meu marido de volta? - Tony acariciou o braço de Steve por cima do terno e buscou os olhos azuis de Steve, que estavam um pouco perdidos e confusos com uma relance de sorriso, talvez fosse o álcool, de qualquer forma, Tony sorriu para ele de volta.
- Tony  - Steve diz a ele se separando de Thor imediatamente  -, estava me perguntando se você ia tocar piano mais tarde.
- Não, hoje não -, foi tão fácil ter atenção de Steve, que ele quase achou que estava sonhando, ele se virou para Thor tocando no peito do homem -, obrigado, eu tomo conta de agora em diante, sócio.
Tony deu uma gargalhada falsa, alguns fotógrafos se viraram, a cena amigável que Tony vendeu, foi comprada rapidamente, a mão de Steve em sua cintura ajudou muito, mas o desconcentrou da resposta de Thor.
- Claro, Stark -, Thor riu educado e Tony tinha certeza que era apenas por causa das câmeras.
Tony abraçou Steve pelos ombros para eles começarem a dança.
- Você está lindo -, Steve comenta.
- E você está bêbado -, Tony constata.
- Estou? Acho que não -, Steve faz uma careta e Tony genuinamente ri -, queria vê-lo tocar hoje.
- Eu não... talvez mais tarde -, Tony não conseguiu evitar o pensamento de que Ransom odiava que Tony tocasse, chamava aquilo de barulho dos lamentos, mas Steve não.
- Eu realmente gosto e você fica diferente depois de tocar - Steve comenta.
- Como eu fico?
- Fica mais calmo, mais em paz.
- A música tem esse efeito sobre mim.
- É o único efeito que a música deveria ter nas pessoas.
- Você não tem aversão  a música?
- Como alguém pode ter aversão a música? - Steve ri -, não pode ser alguém com um caráter inquestionável.
Agora foi a vez de Tony gargalhar, mas sem a intenção do show dessa vez.
- Você é engraçado bêbado,  Steve.
- Não estou bêbado e você não deveria me chamar de Steve numa festa, alguém pode ouvir.
- Mas eu quero chamar você de Steve.
- Por que?
- Por que é você  -, Tony diz e Steve para por alguns segundos.
- Eu sempre quis que você me chamasse pelo meu nome.
- E como está sendo agora?
- Ótimo, de verdade. Ótimo.
Tony riu, olhando para as mãos deles juntas, a pele de Steve mais clara que a dele, a pele macia, os calos nos dedos e nas palmas da mão, prova de que ele realmente não era o marido dele, alguém que trabalhou de verdade na vida.
- Isso é bom.
- É mesmo - Steve volta a dançar, Tony segue a liderança dele, sentindo muitas coisas estranhas em um único dia, de repente ele se sente cansado, e descansa sua cabeça no peito de Steve e respira fundo, Steve para de novo, o braço que estava na cintura de Tony sobe para suas costas num carinho leve e ele aperta com carinho a mão de Tony que estava na sua, Tony sorri, porque a sensação era estranha e boa ao mesmo tempo.
- Tony, você está bem?
- De repente me senti cansado,mas estou bem.
- Você precisa ir a um médico, Tony. Você anda muito cansado ultimamente.
- Você concorda comigo que eu tenho motivos para isso, certo?
- Certo. E eu sinto muito, sei que eu tenho alguma culpa nisso.
- Você tem me ajudado bastante.
- Mas ser uma pessoa que eu não sou, pode ser demais para você.
- Você está sendo alguém além de você? - Tony ergue os olhos e ajeita o seu corpo, levantando a cabeça do peito de Steve.
- Não, eu estou sendo apenas, eu. Apenas o Steve Rogers.
- Parece -, Tony ri tocando a lapela do terno de Steve  -, parece ótimo, tão bom como tocar o paraíso depois de séculos no inferno.
Steve sorri e leva seu rosto para frente, devagar, Tony espera, Steve estava sim alterado pela bebida, por mais que não estivesse bebado, Tony espera e quando Steve se inclina e toca seus lábios lentamente, Tony segura a roupa de Steve com mais força, ele prova os lábios cheios de Steve, estavam gelados, eram macios, com um leve gosto de champanhe e menta, era delicado. Ele sobe as mãos pelo pescoço, de Steve sentindo a pele se arrepiar e ele mesmo ficando arrepiado, ele continua levando as mãos até a nuca de Steve. Steve se afasta olha nos olhos de Tony, e Tony não queria se arrepender agora, dessa vez ele sabia que estava beijando Steve Rogers e a curiosidade era maior que a sua consciência, ele puxa o rosto de Steve de volta para o seu, o beijando novamente e dessa vez o beija de verdade, dando a direção, a pressão certa, abrindo os lábios para a língua ter espaço e provar Steve e ter para ele tudo que pertencia a Steve, naquele momento. E Steve Rogers deu a ele o beijo mais delicado, mais gentil que ele já teve, o que fez a razão de Tony voar para longe, ele não havia provado nada como aquilo antes e agora ele estava confuso. Ele se afasta do beijo sem ar, beijando o queixo de Steve e deixando um beijo delicado no pescoço de Steve.
- Tony? - Steve chama, mas Tony balança a cabeça negando.
- Não. Apenas, vamos voltar a dançar.

***
Com carinho, a autora louca que vos escreve. ♡

O UsurpadorWhere stories live. Discover now