Água estava queimando meu corpo nu, cada gota que caia na minha pela, me aquecia ainda mais. Tenho certeza de que depois dessa chuva vou pegar um resfriado.
Depois de 10 minutos no chuveiro, decidir sair e me secar, coloco a camiseta branca. Após limpa e seca, me sinto aquecida. Torço minhas roupas encharcadas, e seco o banheiro que eu havia molhado. Enquanto enrolo meu cabelo molhado na toalha, alguém bate na porta.
— Quer me dar sua roupa para eu colocar na secadora? — Lucas pergunta, do outro lado da porta. Enrolo meu cabelo, e abro a porta do banheiro. Ele me olha de baixo para cima, com aquele olhar de quer, mas não pode, que pode, mas não quer. Sinto minha bochecha corar, entrego a roupa molhada a ele, e saio do banheiro. Ele se vira, seguindo reto, vou atrás dele, paro na sala e ele entra em um corredor, que acredito que seja para a cozinha, e a lavanderia.
Reparo que o rapaz que estava aqui, já não está mais. A sala não era muito grande, havia apenas um sofá cinza, uma tv na parede frente ao sofá, e do lado havia uma porta grande de vidro com cortinas brancas, acredito que seja a varanda. Pelo que percebi, ele ainda não teve tempo de decorar o lugar. Alguns minutos depois, Lucas aparece na sala.
— Você quer uma blusa de frio? — Ele pergunta retirando as garrafas do chão. — Não, obrigada. — Está com fome? — Sim! Morrendo de fome. — Não, obrigada. — Ele joga as garrafas em um lixo de inox, que está ao lado do sofá. — Lívia, você sempre está com fome. — Eu não quero incomodar, o banho e a roupa já foi suficiente. Obrigada. — Por que estou agradecendo tanto? — Se você quer ficar com fome até amanhã cedo, tudo bem. Eu fiz pizza. — Levo isso como provocação, ele sabe o quanto eu sou fanática por pizza, quanto adoro a comida dele. — Ah, tudo bem, eu estou com fome então. — Ele sorri, e meu corpo entra em um alívio completo. Meu Deus! Como sentir falta dele, como sentir falta de seu sorriso, sua voz, seu olhar, e seu toque... Tudo nele me desperta!
— Eu vou esquentar a pizza. Pode pegar uma blusa de frio, se quiser. — Ele volta para a cozinha. Vou até o quarto dele atrás de um moletom, pego o primeiro moletom que vejo, e me visto. Escuto o barulho do toque do meu celular, olho a notificação, e a 2 chamadas perdidas do Igor, e ele liga novamente.
Eu atendo ou não? Ignora a ligação e desligo meu celular. Volto para a sala e me sento no sofá.
— Toma! — Lucas diz me entregando um prato com 3 pedaços de pizza de pepperoni.
Eu comia minha pizza, enquanto ele mexia em seu celular. O clima está totalmente constrangedor, ambos não sabem oque dizer, ou como agir. Eu só queria conseguir dizer tudo que sinto, e como a falta dele está me matando, mas não posso, não depois do que ele me disse ontem.
Toda vez que pego ele olhando para mim, ele volta a olhar para o celular, a forma como ele se fechou para mim, me incomoda, não consigo saber se ele sente o mesmo que eu ou se já me superou. Sei o quanto ele consegue ser frio e grosso às vezes, e como isso me irrita profundamente, só faz eu me lembrar da época da escola, e minha maturidade de 17 anos volta à tona.
— Posso te perguntar uma coisa? — Pergunto, eu sei que não deveria, mas eu não consigo agir dessa forma, não posso fazer isso comigo mesma. Fingir que esta tudo bem, enquanto eu estou ruindo por dentro. — Se não for sobre algo do passado, pode sim. — Ele diz sem olhar para mim. — Lucas, Desculpa! Mas eu desaprendi a fazer joguinhos de desinteresse. — Ele desliga o celular e coloca do seu lado, e olha para mim. — O que você quis dizer ontem com "eu te superei antes mesmo de você ir embora"? Isso faz parte do joguinho de desinteresse? — Pergunto mesmo contra a vontade dele, e ele solta aquele sorriso irônico.
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Eu já disse como tenho vontade de tirar minha roupa inteira quando ele faz isso?
— Lívia, eu sinto mais do que demonstro. Mas superar não é escolha, é necessidade! E eu tenho a necessidade constante de te esquecer todas as merdas que sentir, quando você foi embora. — Me levante do sofá e fico na frente dele.
— Você sabe que não fui embora por falta de amor, né? Te dizer adeus foi uma das coisas mais difíceis e dolorosas que já fiz em toda a minha vida, mas eu fiz, eu precisava fazer escolhas por mim, e eu sofro, a cada segundo que lembro que tive que magoá-lo para buscar meu caminho. Eu te amava tanto, foi tão dolorido te deixar porque precisava mais de mim, às vezes o amor nem sempre é o suficiente para sustentar uma relação. Eu precisava de mais...
— Nunca te culpei por ir! Sabia que já não existiam mais chances ou motivos para continuarmos tentando seguir com uma relação conturbada. Eu sei que não estávamos bem, mas eu estava tentando. Eu lutei por nós, mas você só me culpava pelas brigas, e palas suas inseguranças, mas mesmo assim, eu acreditei em um futuro para nós dois juntos. Você escolheu partir e eu não quis impedir sua decisão. Então eu não te culpo por ir, eu te culpo pela forma que você foi! Tínhamos uma história, sentimentos, e você foi embora sem me dar uma explicação exata. Você tem ideia de como me sentir insuficiente? De como me sentir idiota? — Ele fala com um tom mais alto.
— Me desculpa! Eu não fazia ideia de como eu estava te machucando. Eu tentei, Lucas. Eu realmente tentei ficar do seu lado, tentei lutar pela nossa relação, da minha forma, mas tentei. — Sinto as lágrimas descerem. — Eu queria ter terminado de uma forma amigável, queria ir com você sabendo eu te amava, mas eu não consegui. Toda a falta de coragem para dizer tudo que estava preso na minha garganta, era medo. Medo de ir embora, de magoá-lo, de me sentir sozinha, de estar errada sobre minhas escolhas. E acabei agindo de uma forma diferente. — Me aproximo mais dele. — E eu queria muito poder te dizer que não sinto mais nada, que ouvir sua voz já não me balança, que ver seu rosto já não me causa nada. Mas não seria nada justo mentir e dizer que todo aquele sentimento se foi, porque ainda dói, ainda sinto saudade. Mesmo com todas essas atitudes puramente impulsivas, meu corpo e meu coração, ainda te deseja. — Ele se levantou, ficando mais próximo do meu corpo. Ele coloca a mão em meu pescoço, seus dedos estão acariciando minha nuca, e sua boca está a mais de um centímetro da minha. Então eu não posso distinguir se são seus lábios ou sua respiração que estão arrepiando a minha pele. Ele aperta mais meu pescoço... e me beija.
Sua língua está na minha boca, acariciando a minha da forma mais possessiva possível, agora ele está tocando a minha cintura, me puxando para mais perto. Meu corpo arde com o seu toque, sinto como se sua mão estivesse deixando marcas em cada parte que ele toca em meu corpo.