O jantar na casa dos meus pais foi ótimo, a comida tava excelente como sempre. Já fazia um bom tempo que não ia lá.
Depois do jantar voltei para casa, pois a aula da faculdade ia ser 'on-line'.
A Bianca já saiu com o Luan, então estou sozinha no apartamento, apenas esperando a hora da minha aula.
Vou até à geladeira e pego um pedaço da torta de limão que a Bianca comprou na padaria da rua 2, os doces dessa padaria são simplesmente magníficos.
Enquanto como a torta, vou atrás de algo para vestir, acabei de sair do banho, pego um conjunto de pijama e uma meia, separo tudo e me visto.
A aula começa em 20 minutos.
Coloco meu material em cima da mesa e vou atrás do meu notebook.
Procuro pela casa inteira, e não acho. Tento me lembra da última vez que usei, mas só consigo me lembrar de ter usado em casa.
Resolvi ligar para a Bianca, mas ela não atende, não está na casa do Igor disso tenho certeza.
Coloco um chinelo e decido ir ao andar de baixo, na casa do Luan. A Bianca me fez o grande favor de queimar o dela, tenho quase certeza que aquela vaca deixou na casa do Luan.
Eu amo minha prima, mas desde que ela subiu para meu apartamento, ela tá me deixando louca.
Vou de escada mesmo, afinal é no andar debaixo. Eu espero que a chave esteja no vaso de flor.
Como imaginei, está sim.
Abro a porta e as luzes estão acesas, isso me causa uma sensação de incômodo, como alguém pode sair e deixar as luzes acesas? Rico é foda
Procuro meu notebook e não está em lugar algum, vou até o quarto e tento abrir a porta, mas por incrível que parece a porra da porta está trancada.
— Droga! — resmungo, e de repente a maçaneta vira e a porta se abre. E lá está ele, a menos de 1 metro do meu corpo, de toalha e com cabelo molhado. Sinto meu estômago embrulha, parece que vou desmaiar, uma sensação de formigamento percorre pelo meu corpo, não consigo me mexer ou falar, ele parece está mais surpreso ou mais assustado que eu. Ele está mais lindo que nunca, o cabelo cor de areia está mais escuro por estar molhado, e ele com certeza andou malhando, e fez mais tatuagem.
— Como... como... como conseguiu entrar? — Ele pergunta, com o tom de voz firme, mesmo gaguejando. Meu Deus como eu sentir saúde daquela voz.
— Eu... Eu vim procurar meu notebook, não sabia que você estava aqui, abrir a porta com a chave reserva, e pensei que não tinha ninguém, o Luan e a Bianca saiu para te encontrar, pensei que não tinha ninguém. — falei tão rápido e embolado que fiquei sem fôlego. Avisto meu notebook por trás do braço dele, estava na cama, passo por debaixo de seu braço, e pego meu notebook. Digo um tchau tão rápido que suponho que ele nem ouviu e saio depressa.
Aperto o botão do elevador 200 vezes até abrir, entro e aperto o meu andar.
— Moça, está tudo bem? — pergunta uma mulher que aparenta ter uns 40 anos.
Saio do elevador sem dar tempo para uma resposta e entro no meu apartamento.
Ao fechar a porta, eu desabo.
Não fazia ideia de como eu sentia a falta dele.
Dizer adeus foi uma das coisas mais difíceis e dolorosas que já fiz em toda a minha vida. Deixar para trás alguém que se ama nunca é algo fácil de fazer. Mas eu fiz, eu precisava fazer escolhas por mim.
E eu sofro, a cada segundo que lembro que tive que magoa-lo para tentar fazer o que era certo para mim, sofro porque nunca deixei de amar ele, vivo carregando um vazio, que só ele preenchia.
E por mais que eu não me arrependa de ir seguir meu caminho, é difícil acreditar que ambos seguimos caminhos diferentes, e que o nosso "para sempre" não aconteceu, hoje olho para trás e não consigo acreditar que eu o deixei escapar.
Eu Deletei o seu número dos meus contatos quando fui embora, para que eu não tentasse ligar, e apaguei todas as nossas fotos achando que sairia da minha memória, evitei todos os meus sentimentos por ele durante dois anos.
Mas depois vê ele a menos de 1 metro de mim, depois ter aqueles olhos sobre mim novamente, tudo vem a tona, todo o sentindo que eu evitei, cai sobre mim.
