Capítulo 34 - O pesadelo...

699 55 3
                                    

Eu ainda tinha forças o suficiente para gritar para todo o acampamento ouvir. Mas decidi poupar minha voz, e também poupar forças para sobreviver. O jogo tinha um único nome: boliche. Eu era a bola. A medida que me contorcia, gemia e implorava por ajuda a todo o acampamento que parecia me ignorar, Sr. D tirava os ferros da abertura de suas Coca Diet colocava-os para cima como ferros e jogava em minha direção.

Da cintura para cima para ser mais exata. Estremeci quando um atingiu meu peito subindo para a garganta, enfraquecendo minha voz. Eu pedia ajuda a Quíron, mas o maldito centauro estava apenas em pé, de braço cruzados me olhando sem expressão alguma. Embora em seus olhos eu podia ver o prazer que ele estava tendo ao me ver ser torturada.

- Malditos! - berrei.

Sr. D sorriu, levantou meu queixo com a mão forçando-me a olhar para ele. Tinha algo em seus olhos: um brilho cruel e maldoso. Nem de longe parecia o Sr. D que conhecíamos. O que esquecia o nome dos campistas, o que não parava de falar de como, quando e onde conseguiu uma certa bebida. Ou o Dionísio e diretor do acampamento que não saia do lado de Quíron com uma Coca Diet ao lado.

Aquele não era o nosso Sr. D.

Quanto mais tempo ficar, pior a situação ficará...

Não sabia se meu estado podia piorar de alguma forma. Dionísio olhou para mim com um olhar frio e cruel, então puxou um grande espelho para minha frente e encarei meu próprio reflexo da cabeça os pés. Eu estava devastada. Meus cabelos cobertos de sangue e duros novamente, tirando todo o agradável cheiro da hidratação que Trina havia feito. A tiara dourada em minha cabeça continuava no lugar, com tiras e tiras de sangue caindo até meus olhos.

Em meu corpo, o vestido estava rasgado em pequenos buracos aonde os pinos haviam acertado. No pescoço, braços, mãos e tornozelos. Minhas mãos e pés estavam amarradas com cordas mágicas extremamente fortes. Era impossível sair dali. Quanto mais eu as puxava para tentar me libertar mais elas me queimavam e apertavam.

Era inútil. Contemplei com desgosto meu próprio reflexo de joelhos.

Era tudo um plano.

Claro. Um plano. Os cuidados que Trina havia me dado mais cedo não era por amor ou amizade, ou para me deixar melhor. Era parte do plano. Eu estava curada, meus antigos ferimentos estavam agora em cicatrizes tão brancas que brilhavam como um cometa no céu escuro. Era bem simples a parte dela: cuidar de mim, me curar para depois eu ser torturada até a morte.

O pior era que a culpa não era de ninguém. Nem mesmo minha. Não era que eu estava fazendo essa lavagem cerebral em todos, também não era nenhum deles. Era Hades. Fazendo de tudo um inferno até eu desisti e me render até implorar de joelhos para sair daquele pesadelo.

Dionísio atirou outro pino. Senti minha bochecha esquerda arder, encarei-me no espelho e vi o pino se desgrudar de minha pele a cair no chão a minha frente. Logo, o sangue escorria até meu pescoço manchando meu vestido branco.

- Por favor...- implorei.

- Você vai pagar por ser uma garota tão mal educada - Quíron disse.

Já chega! Embora eu tenha me arrependido disso depois, chutei o espelhos com toda as minhas forças. O objeto dançou até a parede e caiu no chão, os pedaços rolaram por todo o escritório. Cacos de vidro para todos os lados e um encostou-se em meu pé dando-me a liberdade de ver meus olhos que mudavam de cor sem parar.

Quíron brutalmente pegou meu rosto entre as mãos com tanta força garantindo que eu não conseguisse desviar o olhar. Vi Dioniso com meu colar na mão, e xinguei Trina de todas as formas possíveis. O colar brilhava, mas não era porque estava sob as mãos de um Deus. Mas sim por eu estar perto deles, ele me sentia e eu o sentia. Mas não podia nem mover os dedos sem que as correntes se apertasse mais ainda.

A filha de Zeus e Afrodite (Em Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora