Capítulo 63

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- Alice Narrando -

Já tinham três dias que eu estava em Paris, quando eu cheguei a Bianca já tinha feito a biópsia e estávamos aguardando o resultado, a saudade estava grande e eu já estou contando os dias pra ir embora. Hoje fomos passear por Paris, pra ver se animava a Bianca.

- Paris é uma ótima cidade pra se viver - falou quando paramos em um café

- Cada vez que venho fico mais encantada - falei sorrindo e peguei o cardápio

- Você poderia se mudar pra cá, nada te prende no Brasil - falou me olhando - E o Brasil está cada vez pior

- Não é o melhor dos países mas jamais abandonaria minha família - falei e fizemos o pedido

- Os tios estão aproveitando a vida e viajando sempre que pode - falou e eu assenti

- Eu tenho um filho, Bianca, um namorado que me ama e que eu amo, tenho amigos que são como irmãos - falei explicando - Não existe possibilidade deu largar tudo lá, ainda mais de uma hora pra outra

- Ele é filho do seu namorado, né? - perguntou me olhando

- Nosso filho - corrigi e ela sorriu sem graça

- Nunca te imaginei mãe tão nova - falou e eu ri baixo

- Nem eu - confessei - Mas é um sentimento único, agora eu entendi quando falavam que amor de mãe é incondicional, é impossível descrever o sentimento por mais que eu tente

- Você tá feliz, né? - perguntou sorrindo

- Muito - afirmei sorrindo

- Isso que importa então - falou sorrindo - Mas caso um dia você e os amores da sua vida decidirem morar fora do país considere Paris

- Pode deixar - falei rindo

- Renan Narrando -

Ficar esses dias longe da Alice tá sendo terrível. Mexeu totalmente com meu humor, coisa que eu não esperava, o Gabriel está mais quieto, fica pelos cantos e por mais que eu tente animar ele não está dando certo. Acordei com o despertador tocando e fui chamar o Gabriel.

- Filho, acorda - falei baixinho

- Deixa eu ficar em casa hoje - pediu com os olhos fechados

- Não pode, campeão - falei me sentando na cama dele

- Eu nunca falto, pai, por favor - falou e eu percebi a voz dele estranha

- Aconteceu alguma coisa na escola? - perguntei preocupado

- Não, só quero ficar aqui até minha mãe voltar - falou me olhando com voz de choro

- Quer falar com a sua mãe? - perguntei e ele se sentou na hora

- Quero - falou e eu peguei meu celular e iniciei uma chamada de vídeo - Ela não tá dormindo?

- Não, lá é mais tarde - expliquei e depois de um tempo ela atendeu

- FaceTime On -

Alice: Meus amores - Alice falou sorrindo

Renan: Ei, loirinha, tem um carinha aqui sentindo sua falta - falei apontando pro Gabriel

Alice: Eu tô morrendo de saudades, tô contando os dias pra voltar - falou e eu sorri

Gabriel: Vai demorar muito ainda? - perguntou ansioso

Alice: Volto no final da semana - falou e eu respirei aliviado

Renan: Algum francês por ai? - perguntei e ela riu

Alice: Nem tô reparando mas vou dar uma reparada - falou rindo

Renan: Vai reparar porra nenhuma - falei sério

Gabriel: Não pode xingar, pai - Gabriel falou me olhando

Renan: Quer ir pra escola? - perguntei arqueando a sobrancelha

Gabriel: Pode xingar - falou dando de ombros

Alice: Ei, quero atenção - Alice reclamou

- FaceTime Off -

- Renan Narrando -

Depois da conversa com a Alice o Gabriel deu uma leve animada, tomou café da manhã e de tarde eu fui para a quadra com ele e encontrei o Douglas lá com o Yuri.

- Incorporou o tio exemplar hoje? - parei perto dele e fizemos um toque

- A Yasmin tá bebendo ali com a Júlia - falou apontando com a cabeça - A loira volta quando?

- Essa semana ainda - expliquei

- Não para de te olhar - falou rindo

- Quem? - perguntei e ele mostrou com a cabeça

- A moreninha - falou e eu assenti

- Mora lá na rua - falei observando o Gabriel brincando com o Yuri

- Vai dar uma chegada? - perguntou assustado

- Sou piru caseiro agora, só jogo em casa - falei e ele soltou uma gargalhada

- Mano, ia te dar uns socos se você trocasse a loira por ela - falou me empurrando com o ombro

- Não troco por mulher nenhuma - falei rindo fraco - Eu tô muito viado, né?

- Tá amarradão - falou me olhando - É, tá muito viado

- Você ainda vai ficar assim - falei e ele se benzeu

- É praga? - perguntou e eu olhei debochado

- E você acha que eu queria? - perguntei cruzando os braços

- Para com esses papos, putinha - falou e eu ri

- Eu falo assim mas é bom ter alguém - falo olhando pra ele

- Mesmo quando tem briga boba? - perguntou desconfiado

- O sexo de reconciliação é maravilhoso - falei sorrindo de lado

- Vocês tão praticamente casados - falou e eu neguei

- Nada a ver - falei e ele ficou me olhando

- Vocês estão juntos todos os praticamente, tem filho, tem uma sincronia do caralho - falou contando nos dedos e eu revirei os olhos - Tão melhor que muitos casados

- Mas casamento é diferente - falei e ele bufou

- Você tá casado, irmão - falou rindo - Piru fora de combate, coleira apertadinha, programinha de família, eu te amo pós sexo

- Uma hora você percebe que tudo isso é bom pra caralho - falei dando de ombros

- O sexo fica morno não? - perguntou desconfiado

- Não, sei que em relacionamento longo tem hora que fica mas não estamos tanto tempo juntos e estamos fudendo bem pra caralho - falei e percebi o Gabriel se aproximar

- Pai, quero ir pra casa - falou e eu suspirei

- Nem brincou muito, campeão - falei me abaixando pra ficar na frente dele

- Eu quero minha mãe - falou e eu respirei fundo

- Carinha, vamos pra casa e vamos jogar juntos. Pode ser? - perguntei e ele assentiu

- Mas vamos ligar pra minha mãe - falou e eu concordei

- Tô dizendo - Douglas falou rindo baixo e eu dei dedo pra ele

- Vou nessa, minha puta - fiz um toque com ele e ele passou a mão na cabeça do Gabriel

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