Capítulo 16

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Amanda chegou no Chicago Med, nervosa e ansiosa para conversar com o Dr. Charles. Olhou em volta uma vez e encontrou Will Halstead se aproximando com um largo sorriso nos lábios, enquanto deixava a prancheta no balcão.

— Amanda, que surpresa!

— Oi, Will! — sorriu de volta para o ruivo — o Dr. Charles está por aí?

— Nossa, e eu pensando que a visita era pra mim — colocou a mão no peito, em uma ofensa fingida e riu em seguida, quando Amanda soltou uma risada suave.

— Você que precisa aparecer mais vezes no Molly's — apontou o indicador e ele levantou as mãos, se rendendo ao assentir.

— Me pegou — então olhou na direção do corredor e apontou — por ali, na sala dele.

— Muito obrigada, meu médico preferido. — Seguiu na direção da sala do médico.

Deu dois toquinhos na porta aberta, anunciando sua chegada e ele levantou o rosto para Amanda, lhe oferecendo um leve sorriso. O homem de quase 1,90m de altura e um pouco gordo, com uma cabeleira cheia e olhos acolhedores, conseguia transmitir calma e seriedade ao mesmo tempo.

— Olá, Amanda, pode se sentar — ele indicou o sofá e se sentou na cadeira próxima.

Não demorou em entrarem no motivo de Amanda ter pedido para conversar com o psiquiatra. Contou sobre os flashes e como se sentia após eles, assim como as sensações de déjà vu em alguns momentos. E o Dr. Charles ouviu tudo com atenção, até ela contar sobre o flash na boate, o último que teve.

— Realmente, não há um padrão nos flashes. — Ele passava a mão no queixo, pensando. — Mencionou que nas outras vezes não ouvia vozes e dessa última vez, escutou?

— Sim, foi algo totalmente desconexo e não veio acompanhado de imagens, apenas uma frase, "você é da família". — deu de ombros.

— Talvez seja mesmo um fragmento de lembrança que seu cérebro soltou... e pode ter sido influenciado pela bebida — Amanda franziu o cenho — quando bebemos, nosso subconsciente normalmente fica mais ativo que nosso consciente. Por isso, muitas vezes, quando estamos bêbados, fazemos e falamos coisas que não faríamos ou falaríamos sãos.

— Então preciso ficar bêbada até minha memória toda voltar? — ela fez uma careta, rindo em seguida, sendo acompanhada pelo médico ao negar com a cabeça.

— Não, mas podemos induzir sua mente a relaxar da mesma forma que ela relaxa quando está bêbada, mas com uma terapia — Amanda assentiu devagar, pensando a respeito. Então lembrou-se de uma coisa e achou que não custava perguntar, por mais louco que fosse.

— Você acredita em viagem no tempo, doutor? — A pergunta pegou Charles um pouco de surpresa, mas ele tentou não demonstrar.

— Vi que tem um cientista pesquisando sobre e sinceramente, não tenho uma opinião formada a respeito. — Deu de ombros e viu Amanda apenas assentir.

— Se eu recuperar minhas memórias, descobrimos se sou uma viajante do tempo — abriu um leve sorriso e o médico assentiu.

— Preciso que saiba que o processo pode ser demorado, dependendo do que está bloqueando o acesso às memórias. — Amanda passou a encará-lo com mais seriedade, dando total atenção ao que ele dizia — pode ser um trauma e essa amnésia é uma proteção, estaremos tirando a proteção, mas estaremos juntos e você terá todo apoio. Também mantenha quem é importante, por perto, os laços novos são essenciais para superar os laços desfeitos pelo trauma.

— Já cuidou de algum caso assim?

— Vários. — Respirou fundo — traumas são comuns e de vários níveis, afeta a pessoa de formas variadas e cada corpo lida de um jeito diferente. É comum o cérebro bloquear tudo que possa estar ligado ao trauma.

Uma Nova Vida Real [One Chicago] - Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora