1° Capitulo

20.9K 1.4K 193
                                    

Lolla Souza Castro

°•°•°•°•°•°•°

Eu não ainda não acredito que estou abandonando meus amigos, a casa onde eu cresci e o lugar em que vivi os meus melhores e piores momentos.

Tudo por que meus pais estão cansados da agitação de São Paulo. Meu pai decidiu voltar para a cidade onde nasceu, Flor do Manarola interior de Santa Catarina, onde todos conhecem todo mundo, onde as pessoas perguntam “Você é neta de quem?” Eles nem perguntam seu nome.

Estou tão brava, eu estou terminando meu terceiro ano do ensino médio, estudando para fazer a prova do Enem e tudo muda do dia pra noite.

Eu até queria ficar aqui em São Paulo, eu falei para minha mãe que poderia ficar com a prima Fernanda, eu procuraria um emprego e depois procuraria um lugar para morar, mas ela infelizmente não me ouviu.

Nesse momento estou no carro, olhando pela última vez a grande São Paulo. Vou sentir muita saudades do ar poluído, das pessoas correndo para chegar no trabalho a tempo até mesmo do ônibus lotado, da praia do final de semana com minhas melhores amigas.

Lembrar que estou deixando eles para traz faz com que meus olhos encham de lágrimas, eu cresci com elas, sempre estudamos juntas, sempre estávamos umas com as outras nos protegendo de tudo.

Principalmente Gabi que é nossos amigo gay ou melhor nossa purpurina, por ser gay e ele sofre muito preconceito infelizmente até apanhou, mas está lá sempre nos contagiando com sua alegria.

Eu não entendo que se passa na cabeça dessas pessoas, que tem ódio da pessoa que está sendo ela mesma e está feliz, amando a pessoa que ela escolheu amar.

Todas as vezes quem as pessoas que bateram nele, nos três fizemos questão de ir na delegacia denunciar, mas nunca deu em nada, eu odeio a justiça brasileira.

- Filha você quer ir ao banheiro?_ pergunta minha mãe, quando paramos em um posto._ se você quiser alguma coisa na lanchonete me fala, que eu estou indo para lá.

— Não, só quero um salgado e um suco também. — falo para ela, e volto a ler.

Alguns minutos depois, ela aparece com uma sacola com meu salgado e suco.

— obrigada. — falo quando ela me entrega a sacola.

Voltamos a viagem, como uma amante de leitura estou com meu Kindle, ao meu lado, mas agora nesse momento estou lendo pelo celular no aplicativo chamado Wattpad. Eu amo ler os livros de romance com hot por que eu sei que nunca vou viver isso.

Até por que nem um homem vai gostar de mim? Se gostar sua paixão vai acabar na mesma hora em que descobrir que eu produzo leite. Sim leite, ele veio junto com a menstruação, minha até  mãe me levou ao hospital a doutora falou que é normal. Ela falou que eu tenho muitos hormônios e isso fez com que produzisse mais leite, quando descobrir foi horrível passei o dia inteiro pensando como iria falar para meus amigos.

Mas nem tive com que me preocupar, eles me aceitam tão bem até provaram o leite e falaram que ela muito azedo. Eu tenho que concordar um dia tive curiosidade para descobrir o gosto, quase vomitei de tão azedo que é.

°•°•°•°•°•°

— Estamos quase chegando. — ouço a voz do meu pai mas nem falo nada, ele já falou isso umas cinco vezes em menos de duas horas.

— Pai, tem como para no posto mais próximo? — pergunto para ele. Meus seios estão muito cheios, sinto que eles vão vazar a qualquer momento se eu não ir tirar um pouco.

— Tudo bem.— o ouço responder.

Vejo meu pai parando no posto.

— Vamos lá filha, vou com você. — Fala minha mãe pegando sua bolsa, antes de sair do carro.

Peguei minha bolsa e sai do carro andando ao seu lado indo em direção ao banheiro.

Como sempre todo banheiro de posto está sujo mas tenho que tirar um pouco de leite, ou ele vai vazar em minha roupa.

— Vou ficar aqui fora. — avisa minha mãe, fechando a porta do banheiro, me deixando sozinha.

Tiro minha camisa e o sutiã, tiro também o absorvente dos seios indo em direção da pia, me abaixo para ficar o mais próxima o possível da dela.

Começo a apertar o meu seio direito e o leite começa a sair em gotinhas demoro umas meia hora para poder tirar o máximo que consegui e mais meia hora para poder tirar do seio esquerdo.

Assim que tirei o suficiente dos dois lado coloco outro protetor em seguida meu sutiã e blusa, aproveito e uso o banheiro.

Saio do banheiro vejo minha mãe encostada na parede ao lado da porta, aparentemente com os pensamentos em outro lugar, fico me perguntando o que era que ela estava pensando.

— Mãe, já pode usar o banheiro.— falo tocando em seu ombro.

— Tá bom, me espera aí. — fala entrando no banheiro, fechando a porta.

Me encosto na parede onde ela estava a alguns minutos, olho para frente vendo só pasto não tem nada ao redor apenas mato.

Vamos demorar mais duas horas para assim finalmente chegarmos em Flor de Manarola.

Minha mãe saiu do banheiro e fomos em direção carro, e assim a gente segue viagem.

°•°•°•°•°•°•°

Querida LollaWhere stories live. Discover now