Um é pouco, dois é bom e três é a perdição dos demônios!

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P.V Naruto

Era engraçado o quanto eu falhava miseravelmente em tudo. Falei para meus pais que seria o melhor ninja, prometi a Kakashi que tentaria revidar, reagir. Eu também prometi a Gaara que iria na bendita boate, assim como prometi a mim que me divertiria como nunca. Mas deitado no chão frio do banheiro, apenas com roupa íntima, só pensava em morte. Só implorava pela morte.

Eu deveria levantar, me arrumar e ligar para o Sabaku, dizendo que já estava saindo de casa. Mas não conseguia sequer controlar as lágrimas que me escorriam a face.

Pobre Naruto, tão novo mas já tão, tão quebrado. Ri com amargor. Eu era um desperdício de fôlego.

Eu estava tão cansado disso, da minha mente, dos meus sentimentos. Era impossível não me perguntar se o futuro seria assim também, se eu continuaria tendo crises existenciais antes de sair para algum lugar, e então desistisse de sair. Ri mais uma vez. Talvez não tenha futuro para mim. Talvez não tenha esse tempo adverbial em minha linha do tempo. Porque hoje eu posso estar aqui, deitado e me odiando sem conseguir me mexer, mas amanhã posso estar no alto de um prédio sem Sasuke para me salvar, sentindo o vento me empurrar para a queda, meus ossos se quebrando, minha vida escorrendo em vermelho e então eu passaria a ser um grande "e se" e "era" e "não é mais".

Me tire daqui, me tire daqui, me tire daqui, uma parte da minha mente gritava.

Eu não me importo, eu não me importo, eu não me importo, outra parte dizia.

Calem a boca, calem a boca, calem a boca, eu implorava.

Me sentei sobre meus joelhos e me abracei fortemente, tentando expremer toda dor para fora.

Me matava, esses milhões de pensamentos se convergindo e se fundindo em minha mente já debilitada. Eram tantas vozes. Milhões. Todas com ideias e sofrimentos diferentes implorando por coisas diferentes. Era pecado querer o fim delas? O meu fim?

No fundo da minha mente eu sabia que tinha Kakashi, que eu havia feito uma promessa de viver por ele, pelo meu amigo, irmão e pai. Mas promessas irrevogáveis era coisa do antigo Naruto.

Meus pensamentos cessaram por um momento ao ouvir meu celular vibrar ao meu lado, e o atendi, pronto para dar uma desculpa a Gaara sobre não poder sair com ele, mesmo já tendo mandando mensagem para o mesmo.

— Me desculpe por não poder sair com você hoje Gaara, eu juro que vou te recompensar. — Disse de imediato, forçando minha voz a ficar normal.

— Que bom, assim pode treinar comigo hoje. — Respondeu uma voz conhecida.

Suspirei exausto.

— Ah, é você. — Sasuke riu da mudança súbita de ânimo. — Nesse caso, eu estou ocupado. — falei, desligando logo em seguida.

Revirando os olhos, coloquei o aparelho de volta no chão e me joguei contra a parede de azulejos, o impacto reverberando por todo meu corpo.

Era só o que me faltava.

O celular tocou de novo, e dessa vez reparei no visor escrito "Uchiha filho da puta" e o atendi, já vermelho de ódio.

— Eu não estou disponível e também não estou com saco para suas brincadeirinhas, Sasuke! Então me deixa em paz! — Falei (gritei) para ele e desliguei novamente, sem esperar resposta, desligando o aparelho logo em seguida.

Fiquei alguns minutos encarando o mesmo e depois o sangue que escorria livremente por meus pulsos, me sentindo vazio.

Mais um suspiro pesado. Eu só queria paz.

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