4. we accept the love we think we deserve

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O relógio não marcava nem 13h da tarde e eu já estava com os olhos cheios de lágrimas enquanto ouvia aquelas coisas. Realmente estava muito cedo para chorar, mas as palavras de Hobi me atingiram como socos violentos na cara. Eu estava aceitando migalhas... eu estava me contentando com tão pouco só para manter Taeyong por perto, quando eu sabia que ele podia me oferecer mais se realmente gostasse de mim.

Por que ele fazia isso? Por que ele agia assim? Por tantos meses eu apenas aceitei o fato de que ele tinha motivos e se não me dizia era porque algo o impedia. Mas não era assim... ele não me dizia a verdade porque sabia que eu aceitaria tudo sem questionar. E eu queria mais, sempre quis muito mais dele. Eu gostava de Taeyong, queria poder fazer coisas de casal com ele, apresentá-lo aos meus pais, poder sorrir ao seu lado pelo campus, conhecer sua família, dormir na sua casa, sair para passeios, coisas tão simplórias, mas que pareciam estar a um abismo de distância de nós.

Suspirei pesadamente deixando que as lágrimas caíssem silenciosamente pelo meu rosto. Pela primeira vez, dentro daquele ano longo, algo que Hoseok disse me fez refletir e sentir o impacto. Mas por que só agora? Era por conta da presença de Taehyung e minhas sensações questionáveis sobre ele? Era porque eu estava vendo alguém se empenhando com o mínimo para me conquistar? E se ele fizesse mais do que só esses flertes, se ele se mostrasse mais do que isso, se mostrasse acima das palavras de Taeyong? O que eu faria?

— Você tem razão — sussurrei tão baixo que Hoseok precisou de mais alguns segundos pra compreender. — Eu... eu vou falar sobre isso com o Taeyong hoje. Quem sabe ele não concorda?

Hoseok revirou os olhos como se eu tivesse acabado de dizer a maior besteira do mundo.

— Falar com ele não vai adiantar nada, Jin! Eu fiz esse discurso lindo todinho pra você dar um pé na bunda dele! — exclamou agarrando os cabelos platinados.

— Pé na bunda? Não, Hobi! Se eu conversar com ele, colocar na mesa essas coisas, quem sabe ele não repensa o que a gente tem?

— Ai, Seokjin. De verdade... faz o que você quiser. Eu desisto.

Ele suspirou e fechou a cara, parecia realmente muito irritado com a minha conduta e eu tentava entender o motivo. Se eu já estava concordando consigo que eu estava recebendo menos do que merecia naquela relação, questionar isso com o próprio Taeyong já era um passo gigantesco. Terminar e romper não era a primeira opção, eu não podia morrer na praia antes de tentar, não é?

Ficamos em silêncio por algum tempo, mas juntos, assistindo TV. Hobi estava chateado e eu também, mas depois de algum tempo isso passou e voltamos a conversar — não sobre esse assunto, mas sobre qualquer outra coisa.

Não éramos do tipo que aguentava ficar muito tempo brigados.

Ele foi embora no finalzinho da tarde para poder ir à clínica veterinária dos pais dar uma ajuda. Hobi seria um veterinário maravilhoso depois que se formasse e eu tinha certeza disso. Um pouco depois que nos despedimos, meu celular vibrou em tom de mensagem outra vez. Taeyong. Encontro na 2 — B outra vez. De certa forma, eu sempre ficava eufórico quando ele me chamava, mas naquele dia essa euforia não percorreu minhas veias, só meu coração que ficou um pouco pesado. Esse encontro seria para conversar...

Suspirei, troquei de roupas, saí do meu quarto e caminhei até o prédio do campus. Esperava não sair decepcionado daquela sala.

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Meus passos nunca pareceram tão pesados enquanto eu caminhava pelo corredor do prédio. Eu realmente vinha me sentindo esquisito desde a chegada de Taehyung, principalmente no que se dizia em relação ao seu irmão. As palavras de Hoseok também contribuíram muito para que eu me sentisse assim, apreensivo, com medo de abrir aquela conversa extremamente necessária.

Double Trouble  | TAEJINWhere stories live. Discover now