Capítulo 7

688 66 16
                                    

O caminho do quartel até a delegacia foi silencioso. Antônio parecia preocupado, mas também nervoso, Amanda não conseguia decifrar, mas decidiu apenas ficar na dela e esperar.

Quando ele estacionou em frente a delegacia, a garota colocou a mão na alavanca para abrir a porta, mas o homem a impediu, apoiando a mão suavemente em seu braço. Então Amanda parou e se virou para ele, que a olhava fixamente.

— Preciso que olhe nos meus olhos e diga que não está escondendo algo de mim. — Ele pediu firme e quando Amanda não respondeu, Antônio inclinou um pouco a cabeça para o lado e arqueou as sobrancelhas.

— Não estou escondendo nada, Antônio. — Respondeu sem desviar o olhar nem por um milésimo de segundo.

Seu coração acelerado parecia pulsar em todo seu corpo, nervosa com aquela situação que não entendia. O detetive Antônio Dawson sustentou o olhar nos da garota por mais alguns segundos, como se para ter certeza do que via neles.

— Certo. — Disse simplesmente e abriu a porta do carro, saindo em seguida.

Amanda o observou sair e soltou a respiração com força, antes de também sair do carro.

Os dois caminharam lado a lado para dentro da delegacia e subiram para o andar da Unidade de Inteligência.

Amanda logo encontrou Jay e Erin, que estavam no hospital com Antônio uma semana antes. Os dois estavam com olhares tensos e a mulher pareceu repreender Antônio em silêncio.

— Disse que não era para buscá-la. — O sargento Hank Voight saiu de sua sala, falando com raiva para Antônio, como se Amanda nem estivesse ali.

— Não tinha porque ela sair de lá numa viatura! — Antônio rebateu e a garota olhou para os outros dois detetives, à procura de esclarecimento, mas eles não disseram nada.

— Ótimo, é o que vamos descobrir. — Voight mostrou uma pasta para Antônio e passou por ele a passos firmes — por favor, Amanda, vem comigo.

— Você disse que seria uma conversa informal, Voight. — Antônio se adiantou alguns passos e o sargento nem se deu ao trabalho de parar ou olhar para trás.

— Na sala de interrogatório comigo, Erin. — Ele sumiu de vista na direção da sala de interrogatório e Amanda olhou para Antônio, perdida. Tudo que havia nos olhos do detetive, era um pedido de desculpas.

— Vou estar com ela — Erin tocou o braço de Antônio e voltou-se para Amanda — vem comigo, Amanda.

Ela pensou em se recusar, queria sair dali, queria gritar. Mas achou melhor simplesmente seguir a detetive, confiando que estava segura... Eram policiais, parte do trabalho deles era mantê-la em segurança, não era?

Amanda olhou para trás uma última vez, na direção de Antônio, antes de virarem num corredor que dava para a sala de interrogatório. Sentia-se acuada, teriam descoberto quem ela era e seu medo se concretizou? Era alguém ruim?

Assim que entraram na sala, que tinha apenas uma mesa, duas cadeiras e um vidro escuro atrás, a detetive Erin fechou a porta e indicou que Amanda se sentasse. O sargento Voight já ocupava a outra cadeira, de frente para ela, com a pasta que mostrou para Antônio sobre a mesa.

O homem tinha um olhar sério para Amanda, uma sobrancelha arqueada, como se tentasse a entender. Os braços cruzados, em uma posição relaxada na cadeira, a deixavam sem saber como agir. O silêncio pesou e ocupou todos os cantos da pequena sala, fazendo Amanda se sentir desconfortável.

Quando a garota olhou para Erin, esperando que algo fosse dito, Voight arrumou a postura e apoiou os braços sobre a mesa, sem tirar os olhos de Amanda.

Uma Nova Vida Real [One Chicago] - Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora