30. A quase morte da gata selvagem

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Autora falando:

Opa, chegay!

Eis o último capítulo no POV Catra para vocês. E relaxem, pq esse capítulo é majoritariamente soft.

Boa leitura <3


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Catra não via nenhuma outra alternativa para se justificar a não ser essa.

Passou o dia implorando para que Mermista recuperasse pelo menos um dos vídeos daquela noite. Mesmo que estivesse abraçada, naquele estado, com Sara, era uma prova concreta de que não passara disso. Se Adora não conseguia acreditar só em sua palavra, agora teria também um vídeo. Quanto mais provas, melhor, certo?

Depois de tamanha aflição, sem saber se era possível recuperar o arquivo ou não, uma mensagem da amiga chegou junto com um anexo.

Amém, Senhor Das Gays Quase Casadas Com Problemas de Diálogo.

Podia jurar que seu subconsciente contou os segundos até ouvir Adora entrar pela porta de casa para que fosse correndo até ela com o celular na mão e um discurso pronto.

– Oi, Adora. – Entrou na frente da outra já afobada, ajudando a tirar a bolsa do ombro e a guiando para sentar no sofá. – Antes que diga qualquer coisa, eu quero te mostrar esse vídeo. Ele é do dia em que passei fora com a Mermista e a Sara, e prova que nada aconteceu entre a gente.

Quase estatelada com a recepção de Catra, Adora fez o que foi induzida e fixou o olhar na tela do celular sem saber muito o que esperar.

Deu uma última olhada na expressão neutra da loira antes de respirar fundo e dar play.

Realmente não tinha nada muito comprometedor a não ser a maneira como ela e Sara estavam deitadas. O braço de Catra envolvia o pescoço da gringa por baixo fazendo sua mão alcançar os fios de cabelos acariciando-os enquanto a outra correspondia o abraço enlaçada em sua cintura. As pernas de ambas emaranhavam-se umas nas outras e o rosto de Sara alternava o apoio entre o ombro e a parte interna do pescoço da morena. Cheias de intimidade. Era uma proximidade um pouco sem noção, é verdade. Porém, quando que Catra bêbada vai ter a capacidade de medir até que ponto existia uma invasão de espaço maliciosa ou não se tratando de uma pessoa que confiava? Sara era sua amiga e sabia muito bem que suas intenções já não eram nada além de amizade há muito tempo. Ainda mais no cenário atual, que a italiana estava ali nos seus braços só para chorar por alguém que não a queria.

Por isso, nem cogitou maldade. A única diferença da Catra bêbada para a sóbria é que a segunda pensaria melhor na reação da Adora antes de se agarrar com amigas que potencialmente causavam ciúmes nela.

Se o jeito que se abraçavam era comprometedor, pelos menos o diálogo entre as duas balanceava a situação. Nele era mais do que possível ver que nada tinha de sensual ali.

Sara dizia, entre soluços, que estava perdida. Catra respondia um "shh, vai passar, Pavarotti" com a voz mais arrastada que qualquer coisa. Depois a italiana reforçava o quanto jamais seria notada pela tal mulher e, então, a morena de cabelos curtos começa a comparar a situação com quando ela também estava esperando Adora notar que não queria ser só amiga dela. A voz da Mermista entra no fundo, evidentemente alcoolizada também, com a frase:

"E essa é a trigésima vez que Catra cita seu desastre amoroso com Adora antes de se pegarem pela primeira vez na vida. Acho que já tá na hora de tu dormir, porque os conselhos estão horrorosos...".

E, como mágica, ou mais pelo efeito da bebida mesmo, Catra fica em silêncio e fecha os olhos. Sara fala mais alguma coisa, mas a morena já nem responde mais porque caiu no sono em três segundos. No fim, Mermista desliga a câmera meio desajeitada falando algo sobre essa ser a primeira vez que Catra fez algo que ela mandou sem nem protestar.

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