05 | Explosão Colorida

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No entanto, como o oposto do garoto, havia o Min. Ele era excelente em informática, principalmente se envolvesse códigos ou sites suspeitos, contudo, ao ter meu celular hackeado em um curto espaço de tempo, soube imediatamente as razões por seus interesses em tais tópicos. O hyung era silencioso, porém perdia sua postura ao falar sobre seus irmãos caçulas e ao mostrar fotografias de sua tartaruga russa Donatella; cuja tive o prazer de conhecer pessoalmente depois de quase esmagá-la com uma das caixas pesadas da reforma do meu ateliê.

Incluindo nas lembranças o responsável por minhas unhas roídas, mexi o conteúdo do caldeirão automaticamente, tendo em mente o quanto Seokjin Perkins era uma figura.

Mesmo sendo maior de idade e repetente do último ano, sua personalidade contagiava aqueles em seu entorno, como uma criança, resultando em situações constrangedoras. Semelhança a última sexta-feira, quando ao declarar uma revolução contra a poluição do meio ambiente, subiu na mesa do refeitório e gritou no meio da multidão de estudantes: "Carros são inúteis, digam sim as pernas!".

Como reflexo, soquei seu braço e apesar de ter pedido desculpas, Yoongi, Namjoon e Alícia ignoraram o jogador pelo resto do horário do lanche.

Entretanto, ainda existia um alguém que em momentos indevidos invadia nossa mesa e provocava-me com cantadas ruins ou com apelidos imaturos. Park Jimin jamais abandonava o tom de voz persuasivo, o olhar felino, o uniforme do time de futebol ou as roupas largas características de um skatista, o cabelo perfeitamente bagunçado e o sorriso de canto, proveniente de suas tentativas de deixar-me envergonhado.

Por Théa, meu vizinho era o garoto mais insuportável que tive o desprazer de conhecer.

Embora o avermelhado fosse irritante, era impossível não deixar um suspiro de júbilo escapar todos os dias, quando no mesmo horário no fim da tarde, as rodas estrépitas de seu skate sobressaiam o som dos meus fones e em poucos instantes, Abacate surgia na minha janela, balançando o guizo de sua coleira como um convite para devolvê-lo ao dono.

ㅡ Posso saber qual o motivo do sorrisinho? ㅡ parei de mover a colher de madeira no caldeirão e arregalei os lumes ao acordar do transe, discernindo a voz de meu pai entre as batidas da canção ressoantes no ambiente.

ㅡ Pai! ㅡ levei a destra para o peito e senti o sangue centrar-se em meu rosto. ㅡ Minha nossa! Poderia ter anunciado sua chegada!

ㅡ 'Tava pensando em quem, Jungkook? ㅡ semicerrou os olhos castanhos em minha direção e pisquei, confuso. ㅡ A última vez que vi você bobinho assim, foi no seu aniversário de dezesseis quando te enviei aquela maleta de tintas... Alguma garota?

ㅡ O que? Ahn... Não! Como... O que te faz pensar nisso? ㅡ tentei argumentar, porém Junghyun continuou me olhando com diversão. ㅡ Papai, por favor! ㅡ pedi, escondendo o rosto com as mãos.

ㅡ Certo, nenhuma garota! ㅡ levantou as mãos rendido e revirei os orbes, sabendo que ele não esqueceria o assunto tão cedo. ㅡ Vou ignorar seus olhinhos brilhantes e trazer suas coisas. ㅡ passou pela porta de vidro e gritou do quintal: ㅡ Espero que não se importe por eu ter extrapolado as compras da lista.

Banana sentou-se em meu ombro com visível curiosidade e franzi o cenho, estalando os dedos para que o fogo debaixo dos caldeirões se apagasse, ㅡ de relance notei o conteúdo vermelho diminuir sua quantidade pela ausência de calor.

Mamãe provavelmente chamaria-me de louco e marcaria uma consulta com um terapeuta caso descobrisse meu envolvimento com poções amorosas, a mera lembrança de seus olhos arregalados e posição defensiva a cada vez que eu apresentava uma das minhas obras, fez o nervosismo ceder uma trégua e um sorriso surgir em meus lábios.

Doces Poções • JJk+PJmWhere stories live. Discover now