- Não padre, meu filho e esposo estão muito envolvidos com o trabalho na cidade. Ele não tem dado a devida atenção a ela. Talvez o senhor possa conversar com ela, trazer um pouco de conforto, não sei! - Morgan começou a chorar.

- Acalme-se senhora Newton! Eu... talvez eu...eu vou ajudá-la. - Domenico apertou os olhos.

- Obrigada padre! - Morgan secou as lágrimas.

- Certo, então... vou terminar alguns afazeres e logo irei. - Domenico desligou o telefone.

- Irá aonde meu filho?

Domenico paralisou ao ouvir a voz de Augustin na porta da sacristia.

- Ah, eu preciso ir ao orfanato, na cidade Augustin. Precisa de algo?

- Não, está tudo bem. Aproveite e dê meus cumprimentos a madre superiora. Diga que na volta de minha viagem eu irei visita-las.

- Na volta de sua viagem? Onde vai?

- Preciso ir a minha cidade natal, meu irmão piorou muito da doença que o acomete a alguns dias, e precisará de alguém que o cuide. Ele está muito velho e não tem ninguém por ele. Então farei minha obrigação.

- Oh, não sabia Augustin. Vou orar por ele. Faça uma boa viagem então! A propósito, quando viaja?

- Hoje no fim da tarde. Já comprei a passagem e as malas já estão prontas. - Falou apontando para as mesmas no chão.

- Sim, vejo que está tudo pronto mesmo! - Ergueu a sobrancelha.

- Filho, estou aqui por que preciso ter uma conversa muito séria com você, antes de ir. - Augustin falou sentando-se.

- Estou ouvindo meu amigo.

- Domenico, sabe o quanto lhe tenho apreço.

- Sei sim Augustin! Lhe digo o mesmo.

- Lhe conheço a apenas um ano , mas sinto como se o tivesse criado.

- Aonde quer chegar Augustin?

- Temo por você meu filho.

- Porque diz isso?

- Porque sei o quanto essa moça está em seus pensamentos! Sei o quanto você a ama. Mesmo que isso seja pecado.

Domenico apenas olhava-o com atenção. E Augustin continuou.

- Você precisará de todas as forças para enfrentar essa situação. E sinto por não estar perto para lhe ajudar. - Augustin levantou o olhar para Domenico que permanecia em silêncio. - Sabes que precisará celebrar o matrimônio deles. Precisará estar presente em cada momento. É isso que um sacerdote precisa fazer. É isso que essa cidade está acostumada. Não quebre a tradição, e principalmente, não caia em tentação! Procure não ficar sozinho com ela. Não dê espaço para que o Diabo lhe tente. Diga Adeus de uma vez por todas a essa moça. Arranque-a de seu coração! - Augustin franzia o cenho e fazia gesto, batendo com o punho fechado, em seu peito.

"Como se fosse fácil! Você nunca amou, meu amigo. Mas ele tem razão." - Domenico pensou enquanto ouvia atentamente as palavras do amigo.

- Fique tranquilo, Augustin! Vá em paz cuidar de seu ente querido. Tomarei conta de tudo por aqui. - Domenico sorriu.

Despediram-se com um abraço apertado, e Augustin saiu pela porta, carregando suas malas.

Domenico permaneceu por alguns instantes, de cabeça baixa, pensativo. Agora a comunidade precisaria mais dele do que nunca. Ele seria o único sacerdote da redondeza. Caminhava lentamente de um lado a outro, trancado na sala, recordando as palavras de Morgan. Poderia Verônica estar grávida? Uma dor avassaladora invadiu o seu peito. Lágrimas começaram a percorre o caminho do belo rosto de Domenico. Ali, com sua dor, manteve-se. O choro foi se intensificando, a cada lembrança de seus momentos juntos.

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