Capítulo 99

436 72 51
                                    

Episódio 357 (Filler)

Capítulo 99

Luna planou até a frente dos dois ANBU antes de pousar. 

-Muito bem rapazes, vocês deverão voltar imediatamente para a folha||Orientei, observando os dois por trás da máscara.

-Por que? O que aconteceu?

-Aparentemente chegou um membro novo na ANBU e o terceiro quer que todos estejamos juntos para a acolhida dele, que será em breve.

Ambos assentiram. Eu fiz os selos de mão e utilizei o jutsu de clonagem na alicórnio, os dois me encararam e mesmo por debaixo das máscaras, percebi o ar de interrogação.

-Ele quer que cheguemos o mais rápido possível||Expliquei||Apesar da acolhida não ser hoje.

Montei primeiro em Luna e então seguimos para a sede da ANBU. Enquanto os dois meninos foram para os vestuários, eu aproveitei a oportunidade e decidi passar no escritório do Terceiro para passar os relatórios das últimas missões. Pelo corredor, encontrei Gai...pasmo?

-Eu...não...||Ele murmurou baixo, com o olhar no chão e a boca aberta.

-Gai?

Ele não ergueu o olhar para me ver, continuou andando pelo corredor murmurando algo incompreensível.

-Gai!||Acelerei o passo até estar frente a frente com o shinobi, ele estava em um estado depreciável e de uma calamidade acima do nível||O que aconteceu?

Céus, ele estava até sem cor. Sua energia parecia ter sido sugada e o que restara era apenas os ossos.

-Eu não sou útil para a ANBU...||Ele sibilou, enfim.

Ok...

Eu estava preparada para dar várias respostas e conselhos automáticos, mas aquilo era novo, certamente me deixou desarmada. 

-Mas...por que você quer entrar na ANBU? A ANBU não é para você Gai||Tentei animá-lo, mas minha frase final pareceu ter deixado-o mais abalado ainda||E isso é ótimo!||Tentei corrigir||Porque a ANBU é repleta de escuridão, energias negativas, você acabaria perdendo a sua essência e todos nós odiaríamos que isso acontecesse||Segurei em seus ombros com as mãos, tentando fazer com que aquelas palavras, de alguma forma, entrassem na cabeça dele.

-M..mas eu queria ajudar o Kakashi...Kyara, você como namorada dele precisa fazê-lo sair da ANBU ou...ou...então tornar a vida dele mais alegre, alguma coisa do tipo, o Kakashi parece mal, ele nem quis ir comer dangos doces hoje||Ele disparou e eram tantas informações que quando ele parou, eu ainda estava tentando entender como Kakashi estava mal e eu não tinha percebido||Por favor, eu não posso entrar na ANBU, mesmo que fosse para o bem dele, mas você é da ANBU, você convive com ele, deve ter alguma coisa qu...

-Tudo bem, Gai, eu vou falar com ele, pode ficar tranquilo||Interrompi abruptamente, porque estava começando a me sentir desqualificada como namorada||Agora, por favor, vá renovar essa...força juvenil que você diz que tem.

Ele sorriu. Ufa.

-Isso! Farei isso! Obrigado, Kyara!

Eu sorri de volta, mesmo que forçada, não porque eu quis ser falsa, mas porque essa preocupação de Gai me deixou preocupada também e eu não conseguia ficar aliviada mesmo que com o sorriso brilhante do meu amigo. 

Passei rapidamente pelo escritório do Terceiro e entreguei os relatórios. Não quis repassar tudo detalhado oralmente, levaria muito tempo e, por mais que o meu capriche tenha sido afetado no momento em que saí pela porta eu segui em frente para encontrar meu companheiro. Fui até a sede da ANBU, mas Yamato me avisou que ele havia saído há alguns minutos, então segui minha intuição e fui até o memorial da folha, já o peguei indo para aquele lugar algumas vezes visitar o túmulo de Rin e Obito, mas...eu nunca achei que ele ainda estivesse 100% de luto. Eu estava completamente enganada. As ruas da folha estavam começando a ficar cheias, com turistas, vendedores e consumidores, ah, e crianças, sempre haviam crianças pelas ruas. Cheguei poucos minutos depois na entrada do memorial e, de longe, avistei Kakashi de pé, em frente ao túmulo de Rin (eu já havia decorado onde estava o dela e o de Obito), com a cabeça baixa e as mãos enfiadas nos bolsos da calça. Olhei para o céu, pintado em um degradê encantador de laranja e amarelo devido ao pôr do sol, se não estivéssemos em um cemitério, acharia mais agradável a vista, a abordagem também, mas Kakashi parecia escolher os horários mais melancólicos do dia para visitar os túmulos dos nossos amigos. Me aproximei a passos curtos e sorrateiros, omitindo qualquer som ao pisar na grama úmida e quando finalmente cheguei perto o suficiente, perdi a voz. Simplesmente perdi a voz, meu cérebro havia entrado em pane e eu não sabia mais falar.

A Dama Celestial||Kakashi HatakeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora