Lei de Murphy (misana)

Ordem à galáxia

— Mina levou a Chaeng lá na noite passada.

— Puxa, sinto muito por isso — Nayeon soltou. Os braços envolvendo os ombros da japonesa em um carinho.

Apesar de sentir a sinceridade na ação, foi impossível passar despercebido o sorriso que Nayeon tentou esconder.

— Sente mesmo? Oh, você está rindo de mim!

A coreana fez uma careta, se afastando e balançando o garfo de plástico no ar, sabendo que não iria comer a salada sem graça que havia comprado.

— Eu tenho que tentar te animar, não é mesmo? — argumentou. — Mina é passado. Amanhã você já tem planos incríveis e sei que não terá tempo para pensar nela. Seja realista: Chaeyoung tomou o seu lugar. Vamos lá, repita comigo.

Sana balançou a cabeça em negação, revirando os olhos em seguida.

Surpreendentemente, as semanas corridas trouxeram de forma empolgante a enfim festa à fantasia de Nayeon. Seu sábado e domingo estariam comprometidos ao compromisso que a Im tinha planejado desde o ano anterior. Não poderia se ausentar agora.

Ainda assim, imaginar que veria Mina com Chaeyoung a fez sentir o estômago revirar. Talvez a Son ficaria com sua fantasia que combinava com a da Myoui.

— Chaeyoung tomou o meu lugar?

— Não essa parte — Nayeon riu, uma coisa escandalosa e que escondia o real significado. — A parte que você tem planos e que não irá pensar nela.

— Tenho planos e não irei pensar em Mina.

Que sátira.

[...]

Quando Sana entrou no apartamento a primeira coisa que notou foi Mina concentrada demais para nem ao menos ter escutado a porta sendo aberta.

A mais nova estava na cozinha, o cabelo escuro sujo de farinha, os olhos cerrados e a língua entre os dentes do mesmo jeito que ficava quando estava tentando entender exatamente alguma coisa.

Curiosa com o transtorno todo, caminhou até o cômodo, finalmente chamando atenção. Mina se afastou do balcão, com as mãos sujas de massa indo em direção ao pano de prato no ombro para que limpasse os dedos.

— Sana, oi! Finalmente você chegou!

A mais velha franziu as sobrancelhas, concordando com a cabeça. Era a primeira vez depois de semanas que escutava a voz da Myoui direcionada diretamente e unicamente para si. Até mesmo tomou um susto, cerrando os olhos ainda desconfiada de que estava imaginando.

— Sim?

— Desculpa a bagunça toda na nossa cozinha — se referiu, erguendo os braços ao ambiente com farinha espalhada em cada canto. — Tentei fazer algumas massas para pizza, mas acho que ainda não aprendi muito bem o ponto.

Ainda no torpor, a mais velha permaneceu imóvel. Ela voltou a falar comigo?

Sana pressionou os lábios, empurrou a porta e se aproximou cautelosa, parando um pouco longe do balcão para se manter em uma distância segura da mais nova.

— E para quê exatamente está fazendo pizza hoje?

Mina lhe encarou como se estivesse na frente de um alienígena, o nariz enrugado e a boca aberta.

— Ai, meu Deus, eu não acredito que você se esqueceu!

Ainda na mesma posição, a Minatozaki deu de ombros, querendo ignorar como Mina estava fofa com as bochechas sujas de farinha. Ela quis beijá-la tanto.