Sob o proceder

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Quando escolheram as fantasias – Mina pisando na mesma tecla de que iriam combinar –, voltaram ao apartamento mais aliviadas com o fato de não existir mais a dor de cabeça com isso.

Sana aproveitou o momento quando entrou no seu quarto e ligou para Nayeon, querendo saber como estava. Estranhamente, nos últimos tempos desde que tinha iniciado o relacionamento com Mina, não saia mais com tanta frequência com sua outras amigas.

Em resposta, quase ficou surda com os gritos eufóricos da Im, os berros de felicitações e os pedidos para que saíssem para comemorar.

Por um átomo, cogitou negar a proposta, mas ficar com os outros amigos seria uma boa oportunidade para tirar Mina da cabeça, o envolvimento delas e tudo que estava trazendo mais transtorno – a faculdade era sua grande inimiga.

Então, uma hora e meia depois, elas estavam prontas – certamente levar Mina para sair também era uma das suas coisas favoritas. Não sabia exatamente aonde iriam, uma vez que Nayeon murmurou que chegaria para pegá-las para que fossem à caminho da "diversão".

Mas, veja bem: assim que decidiu ir simplesmente com uma saia rodada e um suéter para apartar o friozinho que carregava naquela noite, literalmente perdeu a fala quando viu Mina sair do quarto com um vestido escuro – embora nada muito chamativo –, o salto alto brilhoso e o batom vermelho. Ela encolheu os ombros ao notar o olhar direcionado a si, o cabelo escuro dando um contraste no rosto pálido e com pouca maquiagem. Mina era e sempre – dando ênfase no sempre – seria a garota mais linda já vista por si. O jeito apolíneo, sutil e delicado a fazia suspirar sem a real tentativa de negar que estava tão à mercê.

Elas saíram do apartamento já passando das oito, mas quando entraram no carro de Nayeon – sem antes o alvoroço que foi no meio dos abraços e puxões de orelhas –, não demorou sequer quinze minutos para que então elas parassem na frente da garagem da Im.

Sana quis rir, mas controlou muito e segurou a mão de Mina quando ela também denunciou que estava segurando o humor.

O Food truck de Kyungsoo – sendo o namorado de Nayeon – estava estacionado perto de algumas mesinhas improvisadas para que se tornassem uma grande no intuito de mais espaço; tinha algumas bexigas roxas espalhadas pelo lugar pequeno, além também dos universitários amigos mais íntimos da Minatozaki.

Ela apertou a mão de Mina por um breve segundo, para em seguida desvencilhar do contato e caminhar em direção das outras pessoas, o sorriso macio na tez um pouco corada.

Kyungsoo apareceu na porta do veículo, o sorriso de coração como o da namorada lhe deixando com mais cara de quem tinha planejado tudo.

— Feliz aniversário, tampinha! — ele tentou em um japonês bagunçado, abrindo os braços para um abraço.

— Eu sou maior que a sua namorada, seu bobão — assumiu e Mina conseguiu distinguir a fala embargada quando foi embalada pelo Do. — Vocês fizeram isso tudo para mim?

Entendeu a indagação regada ao sentimentalismo. Sana era filha única, o que em parte fazia sentido por ser grudenta e uma admiradora de afeto. Receber festinhas sempre causava essas reações.

— Era isso ou a Bunny comia o meu fígado.

Nayeon deu de ombros, embora os olhinhos franzidos deixaram notório que o drama do rapaz era esperado.

— Não é todo dia que Minatozaki Sana fica mais velha.

Mina rolou os olhos em direção do comentário, visualizando uma garota mais baixinha que ela, o cabelo escuro como o seu e o sorriso malicioso lhe atraindo uma inquietação. Sana também mudou sua atenção, abrindo mais os olhinhos e caminhando em direção da menina que a japonesa mais nova não conhecia.

Lei de Murphy  (misana)Where stories live. Discover now