— Vamos começar.

E assim, os dois seguiram alguns andares abaixo. Sem qualquer problema ou encontro com a coisa, estavam tranquilos.

Ao chegar no andar da porta certa, avistaram um garoto se aproximar também. Tanto Yumi quanto Chishiya se lembraram de vê-lo chegar mais cedo, notaram que não se tratava de nenhum iniciante.

— Você também notou, não foi? - Chishiya questionou ao outro, que afirmou.

Aproximou sua mão da maçaneta e antes de qualquer coisa, Yumi notou que ele pensava demais.

— Não vai abrir? - Ela perguntou, levemente ansiosa.

— Por que o coisa nos perseguiu? Por que ele só não esperou aqui?

— Porque assim não teria graça, abre logo! - Ela mostrou o celular para o garoto, fazendo-o entender que três minutos passam voando e ela não queria explodir junto ao prédio.

Chishiya a encarou após ouvir sua fala, e ela fez questão de não devolver o olhar.

O moreno abriu a porta, fazendo os três adentrarem o cômodo. Estava limpo, e escuro. Estava tudo quieto, e Yumi sentiu uma energia negativa pairar no local.

— Cuidado!

Ouviu a voz do homem que ainda não sabia o nome e sentiu seu corpo ser empurrado, ao mesmo tempo em que ouviu tiros próximos ao seu ouvido, causando um chiado forte e uma dor na cabeça repentina.

Observou a hora em que o platinado arrancou uma arma de choque e a encostou na perna da coisa, fazendo-a cair no chão.

— É sempre bom vir preparado. - Ele comentou, dando de ombros. Antes que pudessem fazer qualquer coisa, a Coisa voltou a atirar.

Yumi sentiu seu ombro arder fortemente, enquanto era puxada para fora do cômodo com rapidez. Caiu sentada ao lado da porta, levemente tonta.

— Você está bem? - Ele perguntou, agachando-se enquanto ainda tinha uma mão na porta.

— Agora eu sei como é levar um tiro. - Ela comentou, soltando uma risada. Chishiya olhou pelo corpo alheio, parando no ombro e arregalando levemente os olhos.

— NÃO TEM COMO ZERAR O JOGO SOZINHO! - A voz do garoto soou abafada daquele lado, mas o suficiente para ambos ouvirem.

— É sério? - Eles haviam dito juntos.

Yumi soltou um gemido de dor, enquanto se erguia. Olhou na direção do rosto de Chishiya e negou com a cabeça; como se soubesse o que ele pensava.

— Eu não quero nem olhar, isso deve estar horrível.

— A sua sorte, é que não era uma metralhadora igual o outro. - Falou com desdém, abrindo a porta.

Ambos voltaram a adentrar o local, vendo o moreno lutar contra a Coisa bravamente. Yumi observava tudo, tentando ao máximo segurar uns gemidos de dor.

Um som de vidros quebrando foi ouvido, fazendo-os olhar na direção da janela, onde uma menina havia saído.

— Chamou? - Foi a única coisa que ela falou, fazendo Yumi sorrir de canto; havia gostado dela.

— Aqui. Pega!

O platinado arriscou jogar a arma de choque na direção da mulher, que pegou sem problema algum e usou na perna da coisa, que caiu no chão em um baque.

A voz robótica e feminina os lembrou do tempo, e tudo pareceu em câmera lenta. Os dois dentro do cômodo pularam no mesmo momento, apertando o botão antes que a bomba explodisse.

Yumi soltou o ar que só então notou que estava segurando e sorriu largo, tentando manter os olhos firmes.

Antes de qualquer um sair do local, a Coisa se sentou devagar, revelando uma mulher completamente assustada. Em seu pescoço, uma pequena luz começou a piscar e um som irritante começou a soar.

No momento em que entenderam do que se tratava, Yumi sentiu seu corpo ser empurrado de leve para trás de Chishiya, impossibilitando sua visão. Contudo, ela pôde ouvir o som, fazendo seu estômago girar.

Afastou-se dele, indo até um canto e soltando tudo o que havia comido.

— Você precisa de um médico.

— Eu sei me virar! - Ela comentou, limpando a boca com as costas da mão e passando em sua calça.

Virou-se na direção do homem, vendo-o adentrar novamente no local onde havia acontecido. Aproximou-se devagar, sentindo suas pernas falhas.

Viu quando ele retirou algo de dentro da blusa da mulher, que antes era a coisa.

— O que é isso? - Ela perguntou, sentindo o gosto do sangue se fazer presente. Com a ardência, Yumi tossiu. O sangue escorria de sua boca devagar.

E por mais que Chishiya não fosse alguém de se importar com os outros, ele não aguentava ver a garota lutar contra o próprio corpo daquela forma.

— Deixa de ser teimosa, você precisa cuidar desse ombro. - Disse, enquanto guardava o papel no bolso, ignorando a pergunta dela.

E assim, eles saíram daquele local. Antes de ir para o local que pretendia ir, Chishiya foi com a menina até o local onde ela esteve ficando.

Yumi sentou-se em sua cama provisória e rasgou sua blusa rapidamente após retirar seu moletom.

Estava apenas de sutiã, mas ambos não se sentiram desconfortáveis com aquilo. O platinado fez todo o procedimento, enquanto Yumi tentava não gritar de dor.

Ela chorava baixo, enquanto seus olhos cansados e sua boca seca pareciam congelados.

— Vou fazer algo para você comer. - Chishiya disse, fazendo-a juntar as sobrancelhas.

— Você...tem para onde ir. Pode ir que agora eu me cuido, obrigada! - Yumi disse, com um pouco de dificuldade.

O homem a olhava, admirando o quão forte ela podia ser. Apenas afirmou com a cabeça; ela tinha razão.

Com o ombro enfaixado, ela não tinha mais tantos problemas agora.

Pegou uma garrafa d'água e estendeu à ela, vendo-a abrir e tomar um grande gole.

— Até uma próxima, Yumi. Tente sobreviver até lá! - Falou, fazendo um sinal com a cabeça e se virando.

— Tente não se matar, Chishiya.

Falou um pouco mais alto, vendo-o sair do local.

— Onde será que ele está ficando?

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