Capítulo 118.2: Grant, 1977

16.9K 1.6K 6.9K
                                    




I can't write and I can't sing, I can't do anything

I can't read and I can't spell, I can't even get to hell

I can't love and I can't hate, I can't even hesitate

I can't dance and I can't walk, I can't even try to talk

Freddie tried to strangle me with my plastic popper beads.

But I hit him back

With my pet rat

Yeah I hit him back

With my pet rat

-X-ray, Spex

"Sandra? Oi, Sandra?"

"É Nancy, porra, já te disse," Sandra veio até a porta, abrindo apenas uma fresta para fazer uma carranca para Grant com seus olhos de gato.

"Desculpa", pediu Grant, segurando as costelas, "Nancy."

Ela havia sido Sandra durante as últimas duas semanas, então quem sabe o que tinha acontecido no meio tempo. Alguém a achou, talvez. Ou alguém novo estava no pé dela. Ele não podia perguntar coisas assim às pessoas, para seu próprio bem. Grant já tinha merda suficiente para lidar. E é claro que ela queria ser Nancy, era tudo que as garotas punks queriam, desde que Sid Vicious começou a transar com aquela prostituta americana.

"O que cê quer?" Ela perguntou, o olhando.

"Tem alguma coisa pra beber?"

Ela revirou os olhos. Vadia arrogante. Ele enfiou a ponta da bota na porta dela, "Você tá me devendo, lembra. Eu te ajudei quando você chegou pra morar aqui."

"Eu pensei que você tava sendo legal." A garota zombou.

"Eu tava." Grant respondeu e agarrou o batente da porta, sentindo-se tonto de dor. "Agora é sua vez de ser legal."

"Babaca." A punk murmurou e tentou fechar a porta, mas ele manteve o pé lá. Graças a Deus eram botas com solado de aço, Deus sabe que ele poderia continuar sem mais danos.

Sandra - Nancy - resmungou e se afastou da porta. Ele podia ouvi-la cavando, procurando em seu quarto. Ela costumava convidá-lo para entrar, mas não fazia isso há semanas. Era mais agradável do que o quarto dele, havia uma cama adequada e uma escrivaninha. Ela lhe disse que estava escrevendo um romance e estava apenas 'experimentando um estilo de vida alternativo para capturar adequadamente o espírito cultural'. Isso o interessou no início - gostava de pessoas inteligentes, mas, agora, começava a se perguntar se ela não era apenas mais uma punk sem-teto fugitiva. A garota parecia ter quatorze anos quando estava sem maquiagem.

Nancy voltou para a porta com uma garrafa. Meio frasco de vodka barata. Ele agarrou e a menina resmungou novamente.

"Você tá uma merda." disse.

"Valeu." Grant desatarraxou a tampa e bebeu o quanto pôde sem engasgar. Era uma vodka muito barata. Talvez isso fosse bom? Talvez significasse que funcionaria mais rápido, ou melhor?

"Onde está Nick, afinal?" Ela olhou para cima e para baixo no corredor atrás dele, "Por que ele não tá te dando bebida, é culpa dele que você tá neste estado."

Grant a olhou.

"Ele não vai voltar."

"Que bom." Respondeu. "Cansei de ouvir ele quicando você nas paredes."

Grant bebeu novamente. Ele precisava se sentar. Finalmente, tirou seu pé da porta e voltou para seu próprio quarto, mantendo um braço contra a parede para se apoiar.

All The Young Dudes [Livros 1 e 2]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora