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Hoje se é um péssimo dia para ser Harry Potter.

Feliz 31 de outubro

***

Pov Harry

NO momento em que chego na minha casa percebo que há barulhos vindo da cozinha. Meu padrinho Remus estava falando as coisas da receita para Sirius pegar, um cenário tão rotineiro.

As lagrimas ciam no meu rosto de forma silenciosa, mas não menos abundante.

-Si a canela também, por favor. – Vejo Rem de costas para Sirius que usava um avental rosa de babados que eu e Draco havíamos dado no natal passado, um que ele disse que nunca usaria.

-Canela confere, farinha confere, leite e açúcar também.

-Faltou o ovo, meu cachorrão – sempre achei engraçado a forma que Remus chamava meu padrinho e sempre sorria, mas hoje não consegui sorrir.

Eles estavam tão presos em sua bolha que nem me notaram e eu não conseguia dizer nenhuma palavra, era como se estivesse paralisado. Porem acabei soltando um soluço chamando a atenção de meus padrinhos.

-Harry!? – Ambos falaram junto em choque.

-Ai meu Merlim, o que foi meu pequeno? – Remus saiu de perto do fogão, secando as mãos em seu avental azul, vindo me abraçar – Por que não está em Hogwarts, meu amor?

Ao tentar falar alguma coisa mais soluços saíram e meu choro se intensificou.

-Harry eu estou ficando preocupado – Sirius disse se abaixando para ficar mais próximo da minha altura.

-Nós estamos.

-Eu....carta....mãe – consegui dizer em meu ao choro. Meus padrinhos não estavam conseguindo entender nada, mas me abraçaram o mais forte que conseguiram, era o que eu precisava no momento, um abraço dos meus pais de consideram. Da minha pequena família.

-Si o leve para a sala que eu vou fazer um chá pare ele acalmar.

-Alguém tentou algo com você pequeno? Porque se tentou eu vou matar essa pessoa! – balancei a cabeça de forma negativa. Sirius suspirou mais aliviado e me pegou no colo, da mesma forma que fazia quando eu era pequeno.

Alguns minutos depois Remus chegou na sala com uma xícara de chá e eu estava agarrado em meu padrinho com uma mão em seu avental enquanto segurava o caderninho e a carta, e chorava.

-Aqui, meu amor. Fiz seu chá preferido e coloquei umas gotinhas de poção calmante para te tranquilizar, você está tão agitado, Hazz.

Tomo pequenos goles até acabar com todo o chá. Em nenhum momento Sirius parou de fazer carinho em meus cabelos, nem Remus deixou de me lançar um sorriso reconfortante e apertar a minha mão que segurava minhas coisas.

-É mais fácil vocês lerem do que eu falar, até por que não sei se teria voz para isso. – Consigo dizer com uma voz fraca e rouca pelo choro.

Entrego a carta na mão de Remus que vem se sentar ao lado de Sirius para lerem a carta, me deito no colo do Black e espero.

Ao final da carta Sirius está chorando e Remus está com os olhos molhados e avermelhados.

-Harry....- Sirius me abraça apertado – Meu afilhado, meu sobrinho.... eu te amo tanto. Eu....

Eu e Sirius nos abraçamos chorando feito dois bebês. Remus lia e relia a carta parecendo analisa-la minuciosamente. Ele suspira e fala:

-Vou fazer um chocolate quente, acho que todos precisamos de algo doce.

Horas mais tarde eu estava deitado entre meus dois padrinhos prontos par dormimos juntos, depois de tantos anos.

Quando Remus trouxe os chocolates quentes conversamos e lemos umas informações que minha mãe James deixou em seu caderninho verde.

Sirius me contou umas histórias sobre meu pai Regulus enquanto Remus escrevia uma carta ao diretor falando que passarinha o fim de semana com eles.

Acho que não conseguiria ficar longe deles agora.

Sirius roncava alto e eu não conseguia dormir.

-Harry – Remus me chamou baixinho – não consegue dormir?

-Não...

-Quer ir no tumulo da sua mãe e de Lily? – ele pergunta levantando um pouco da cama

-Quero.

-Okay, vá por uma roupa mais quente enquanto escrevo um bilhete para Sirius.

Minutos depois estamos aqui, em frente dos túmulos de James Potter e Lily Evans.

-Fale com ele, estarei naquele banco – ele aponta um banco não muito longe, mas longe o suficiente para se ter uma certa privacidade.

-Oi mães, eu juro que não sei como começar a falar, mas enfim. Eu acho importante dizer que ambos são minhas mães, James por ter me carregado e ter me dado todo o amor que eu precisava e Lily por todo o apoio que deu aos meus pais e principalmente por me amar mesmo não sendo seu filho verdadeiro. – estava sentado em cima de meus pés, enquanto falava mexia na grama a meu redor. – Vocês me amaram mesmo eu nem sabendo o que era amar, cuidaram e me deram todo o apoio, sempre me protegendo acima de tudo, eu tenho o orgulho de chamar vocês de mães, de mostrar ao mundo o quão forte vocês foram, por enfrentarem uma ameaça iminente, por sempre se ajudarem quando precisavam de ajuda. Lily peço desculpa em nome da minha mãe e agradeço em nome do meu pai, por ter aceitado participar dessa loucura.

As lágrimas voltaram a descer pelo meu rosto. Ouço um barulho e vejo que Sirius que caminha em direção ao futuro marido.

-Sirius e Remus entenderam o seu lado, e te desculpam por não ter contado a eles sobre você ser um veela, mãe. Eles te amam, assim como você os amou. Siri meu que deu uma piradinha quando soube de você e de papai, mas logo se conformou e disse que sempre desconfiou que algo rolava entre vocês. – Suspiro antes de falar – Eu meio que sou apaixonado pelo meu melhor amigo – confesso – e assim como eu vou ser, ele também é um veela, um veela dominante. Mas eu tenho quase certeza que ele não me vê dessa maneira, ele vai encontrar sua companheira e eu meu companheiro e vamos seguir amigos, mas eu também sinto que se isso acontecer esse fogo que está aceso em mim em relação a paixão que sinto por ele, não irá se apagar.

Converso mais um pouco com eles e me despeço com uma dor no coração, eu faria de tudo para abraçar as minhas mães.

-Vamos para casa. – digo chegando na frente dos meus padrinhos.

Hoje infelizmente não dormi com meus verdadeiros pais, mas dormi com meus pais que adotei em minha vida, eu amo todos eles mais do que amo a mim mesmo.

***

Sem revisão

The little VeelaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora