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Não revisado. 

Ela havia sonhado com o último sorriso da mãe, o último carinho. Aster não sabia descrever o tamanho da falta que se instalara em seu coração com a partida da mulher. Devika Majoris, a antiga rainha de Lourien, era um exemplo de pessoa. Era amável e bondosa. Um ser puro, que acabou nas mãos de um homem corrompido. Sua morte foi dada como um acidente, mas Aster sabia que não havia sido. Os dourados haviam a matado como uma vingança de guerra. E então aquela preciosidade chamada de amor materno fora arrancado de sua vida quando ela era apenas uma criança. Por isso a princesa deveria chegar ao trono, deveria vingar a morte de sua mãe. E exterminar todos os dourados. 

Ao redobrar a consciência, Aster percebeu o barulho do rio e da água escorrendo por ele.

Uma dor atravessou o peito da garota quando ela tentou se levantar para cobrir os olhos com a mão. No fim não deveria doer. Então aquilo significava que ela estava viva.

Ela só não sabia como tinha sobrevivido ao rio.

Aster abriu os olhos e tentou se acostumar com os raios solares que coloriam o ambiente a sua volta. O céu estava pincelado em tons de azul e o sol brilhava com intensidade dentre as montanhas. As árvores preenchiam o campo, flores coloridas se voltavam ao rio, e lindas montanhas cobriam o fundo da floresta. Os raios de sol refletiam na água deixando a com uma coloração diferente, o rio seguia calmo e sem correntezas. Era um lugar onde a magia corria pelos ventos. Um lugar antigo e aconchegante. Nas histórias que se passavam antes da guerra descreviam Lourien como um lugar assim. Caloroso.

Mas não deixava de ser estranho o fato de que o sol brilhava. O sol nunca aparecia tão bem iluminado como estava agora. Aster olhou para o corpo e notou, que não estava mais molhada, mas estava com hematomas pelo corpo, da sua queda do altar. O vestido de sua coroação estava sujo e rasgado. E seu anel tinha sumido, roubado.

Água tinha invadido seus pulmões, mas não havia nenhum resquício de falta de ar. Era como se não tivesse acontecido. Pelos deuses, aquilo era um milagre. Uma voz no fundo da cabeça da princesa a advertiu. Não é um milagre, seu poder a salvou. Mas Aster duvidava que fosse tão poderosa assim. Então outra dúvida surgiu em sua mente.

O que ela faria a partir de agora?

Ela não tinha noção de onde estava, ela apenas sabia que não estava próxima dos povos de gelo. E isso só se dava pela a ausência do frio e da neve. E ela não sabia como se localizar com o sol, pois nunca precisou, e se precisasse a Lua e as estrelas teriam sido o suficiente, mas não era o caso.

Ao olhar novamente em direção a água, uma rajada de vento passou e os cabelos da princesa voaram, ela olhou para onde o vento seguiu e suas sobrancelhas franziram. Em direção a floresta, que estava sem iluminação. Aquele vento era como a presença de algo, ou alguém. Ela se levantou rapidamente e se colocou em posição de luta, em alerta. O vento passou novamente, levando folhas secas com ele. Asterin examinou, em busca de alguma presença, mas nada aconteceu. Ela resmungou e seguiu em direção a rajada. Quanto mais adentrava na floresta, mais a luz do sol a abandonava. Ela voltou o olhar para o rio e as pedras onde estava deitada minutos antes. Bom se fosse para ela morrer, ela já estaria morta. Ela deu de ombros e seguiu o caminho. O ambiente antes quente começou a se tornar frio. O barulho do rio foi ficando cada vez mais baixo, até se tornar inaudível. Os pelos da garota se arrepiaram. Uma presença quente e ameaçadora estava em sua volta, um sopro do Sol que ela tinha deixado para traz.

O ventou arrebentou novamente e os galhos das árvores rangeram. Aster continuou caminhando até parar em frente a um espaço aberto, que estava cercado por árvores. Não havia nada no meio, nem uma única flor. A garota olhou em volta, nada. Nenhum suspiro ou respiração. O vento também tinha parado. Então um único raio de Sol apareceu. Um fleche de luz. Aster considerou se aproximar, mas recuou. Ao se voltar para o caminho de onde viera a garota foi surpreendia por olhos que brilhavam na cor âmbar. Lindos e marcantes. Um sorriso maldoso, e o fleche de luz estava sobre sua cabeça.

Herdeira da LuaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora