11. Descobrindo a infância sem dente de Adora (e outras coisas)

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Autora falando:

Nada como um POV de Catra para alegrar essa quarta de cinzas meio broxa, não é mesmo?

Boa leitura <3


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Catra chegou em um ótimo horário na casa de Mara. Meados da noite, nem muito cedo, nem muito tarde. Diferente da primeira vez, estava muito mais relaxada. Adora e ela já faziam parte da rotina da Mara naturalmente, mesmo distante.

O dia estava quase normal. Quase por um motivo peculiar: Adora estava estranhamente de mau humor, e Catra não tinha noção do porquê. Por isso, só decidiu respeitar. Podia ser algo pessoal, que a loira não gostaria de compartilhar.

A anfitriã logo abriu a porta da casa e as recebeu com o maior sorriso de todos. O cheiro que vinha de lá de dentro era muito convidativo também.

– Oi, meninas! – Mara acenou para a irmã, que retornou o gesto, e, depois, trocou beijos no rosto com Catra.

– Oi, Mara Maravilha. – Sorriu simpática. – Tá um cheiro bom aqui. Tem comida?

– Aham. Fiz uma jantinha pra gente!

– Desse jeito eu vou ser obrigada a visitar mais vezes... – Conforme entravam, Catra deixava o ombro esbarrar no de Mara, mesmo com a diferença de altura, de forma brincalhona.

– Você é sempre bem-vinda – a mais alta piscou. Também olhou para a irmã ternamente para continuar a fala. – E você também, porque a casa é sua, mana.

– Aham, mas sei que o jantar não foi pra mim – Adora respondeu meio seca. – Eu vou ficar lá no meu quarto esperando vocês acabarem, tá?

Se a metáfora da nuvem cinzenta do mau humor fosse real, ela estaria bem visível acima da cabeça da loira agora. Parecia desafiador, e, ainda assim, Catra queria resgatar a essência da Adora de sempre, a que tanto a encantava.

Apostou numa abordagem descontraída:

– Não vai fazer companhia pra gente, Gasparz-

Não foi feliz.

Tentou na maior delicadeza e foi interrompida pela voz já distante de Adora, que ia para a direção do quarto:

– Não. Isso só vai me deixar mais puta ainda porque eu não posso comer. Divirtam-se aí.

Mara a fitou, depois de observar a irmã sumindo atravessando a parede. Era evidente que ela, assim como Catra, não estava entendendo muito bem o que estava acontecendo.

– Rolou alguma coisa? – A pergunta da morena de olhos cinzas foi quase um cochicho. Ela já estava andando para a cozinha, induzindo a mais baixa a fazer o mesmo. – Nesses últimos dias, digo.

– Não, ela tava ótima até ontem – respondeu meio dispersa, tentando recordar o que possa ter causado tal reação. – Acho que ela tá mal com o lance de ter que mexer nas coisas dos pais, será? Eu costumo ficar estressada quando tenho que fazer algo que não quero.

Fazia todo sentido. Quanto mais ameaçada se sentia em relação a algo ou alguém, mais impaciente Catra se mostrava. Às vezes tinha a sensação de que esse não era o estilo de Adora, porém, a convivência pode ter influenciado, não é?

De fato, algo estava incomodando a fantasma e isso, consequentemente, deixava a jovem de olhos coloridos bastante aflita. Só queria ver a amiga bem, só queria ver aquele sorriso abobalhado dela sempre no rosto.

Eu e o seu fantasmaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora