O envelope estava escondido dentro do vestido e o correio era a alguns quarteirões dali.

Ela passa por pessoas caminhando, casais e famílias. Espera não ser vista, e finalmente avista a sede do correio.

Caminha até lá resignada e passa pela porta. Lá dentro haviam caixas empilhadas por todos os cantos, um exibidor de cartões e envelopes e um balcão de madeira, onde um funcionário idoso se sentava, recebendo as encomendas.

Por sorte, o lugar estava vazio e ela foi a primeira na fila.

— Boa tarde. Preciso mandar este envelope para este endereço, por favor.

Ela relata, aproximando-se do balcão, apressada.

— Está certo. Serão 10 libras a entrega.

Ela tira das vestes uma pequena bolsinha de moedas e entrega-lhe o preço ofertado.

O senhor prontamente começa a fazer os trâmites necessários. Com uma cera e um carimbo, ele marca o selo oficial dos correios e depois coloca seu envelope em uma caixa.

— Pronto. Chegará em breve. — ele anuncia.

— Como saberei se já foi recebido?

— Não saberá. — o velho responde — se for o caso, receberá uma resposta de quem o ler.

O senhor encolhe os ombros. Evangeline suspira com pesar e resolve aceitar as circunstâncias. Não que tivesse alguma escolha.

Era realmente desagradável, sabendo que seu futuro dependia disto.

— Boa tarde.

Uma voz estranhamente familiar soa no recinto. Evangeline se vira para o som do sino que anunciava a chegada de um freguês e se espanta com a presença inesperada de Edmund, que sorri travessamente quando a vê.

— Srta. Bordeux! — Ele sauda, surpreso — ora, ora, se o acaso não nos juntou novamente?

— Começo a achar que anda me seguindo. — conta — o que veio fazer no correio?

— Mandar uma carta ao meu irmão, Robert. — ele explica, e tira um envelope de dentro da casaca, atestando o fato — ele está em Paris. Sabe dele, não sabe?

— Sim, o seu irmão mais novo. — Ela confirma.

— Mas ora, o que você faz aqui? Especialmente sozinha?

Indaga, curioso.

— Vim me candidatar à uma vaga na Academia, mas não deve contar para ninguém.

— Hum. — Assente, presunçoso, se aproxima do balcão e entrega o envelope ao carteiro. — Conseguiu o que queria, afinal. Meus parabéns.

— Sim. — ela pausa por um tempo e se lembra do que não conseguiu dizer na última vez que se viram — A propósito, gostaria de agradecer pelo presente de natal. Eu gostei muito.

— Não há de quê. Espero que ele atenda seu propósito. — sorri.

— Serão 15 libras. — o carteiro revela, quebrando o breve silêncio que havia se instalado

Edmund tira uma carteira do bolso e paga o servente.

— Bom, como isto é só, eu já vou indo. — Evangeline anuncia, preparando-se para ir embora.

— Não, espere. — ele a detém, segurando-a suavemente pelo braço — não vai comemorar a sua recente conquista?

— Comemorar?

— Sim. Ora, era tudo o que queria, não?

— Mas nem fui aprovada ainda. — ela dá de ombros.

— Não importa. Teve a chance de tentar. E deve comemorar. Venha comigo. Que tal fazermos como os homens fazem?

A Irmã da NoivaWhere stories live. Discover now