Capítulo 27

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Kendrick

A localização do barco é fácil, só o que complica é a noite cada vez mais escura, deixamos as meninas em um café do outro lado da cidade e amarramos Eric e Gabriel em quartos separados, a lancha que pegamos é rápida o bastante para que cheguemos em alguns minutos. Eu sei que ela está nos esperando, mas ela não contava que chegaríamos antes, então desligamos o motor da lancha e usamos os remos para chegar mais perto, os seguranças estão do lado de dentro –pelo menos a maioria- então conseguimos passar despercebidos.

Uso as mãos de Pétros e me impulsiono para o alto o suficiente para pegar nas barras de metal, pulo para dentro atinjo um segurança a frente com a adaga antes que ele se movimente. Dylan pula depois de mim e logo em seguida Pétros, deixamos ao encargo de Colton ficar na lancha.

Tiro minha arma e sigo para a popa do barco, os dois me seguem tão silenciosos quando eu, só paro quando um dos seguranças passam na nossa frente nos fazendo dar um passo para o lado, Dylan se move e tampa a boca do segurança antes que ele avise e atira com o som de um pequeno estampido.

Sei exatamente onde ela está quando escuto as vozes de Nikola e Patron, peço para que eles fiquem atrás e eu dou um passo à frente, a imagem que vi no vídeo era ruim o bastante, mas ver Kyara pendurada com um saco amarrado em seus pés o suficiente para me colocar de joelhos.

- Esperando por mim Nikola? – Ela se vira com um pulo e os seguranças entram na sua frente, Kyara nem ao menos abre os olhos e vejo o sangue escorrendo de um lado de sua bochecha.

- Sage, mas que surpresa agradável – Vejo ela gesticulando com uma arma branca e Patron rapidamente dá um passo atrás, covarde – Fizemos uma festinha, agora estamos todos reunidos.

- Estou vendo – Flexiono os dedos no gatilho – Porque não solta Kyara e resolvemos isso nos dois?

- Eu adoraria, mas receio que isso não dará certo – Ela dá um passo à frente e seus olhos pretos entram em foco na noite – Quero os meus dispositivos Sage.

- Tire ela aí de cima e eu os entrego

Ela começa a rir e o som me faz ficar enojado

- Você acha mesmo que eu não sei do que ela é capaz? – Adoraria que Kyara estivesse escutando, estreito os olhos quando vejo um movimento em suas mãos atadas, mas logo desvio de volta a Nikola – Última chance Sage, onde estão meus dispositivos?

- Guardados, solte ela e eu lhe dou a localização

- Sem negociações infelizmente – Ela fala e tira um controle do bolso, sua mão ligeiramente se move e antes que eu possa dar o primeiro tiro Kyara está caindo na água escura de Moscou.

- NÃO – Me jogo para frente atirando nos primeiros seguranças, escuto Dylan e Pétros atirando atrás de mim, mas não me importo. Passo por Nikola e empurro Patron em seguida, me apoio na grade e pulo na água.

O frio é a primeira coisa que eu sinto quando bato na água, corta minha pele mas continuo me movendo para baixo, meus olhos buscam qualquer movimento na água mas não consigo enxergar nem um palmo a minha frente, subo de novo e tomo uma respiração antes de entrar de novo.

Estou perdendo ela.

Deus, não posso perde-la

Movo minha cabeça e sinto alguém pulando na água ao meu lado, Colton joga a luz na água e começo a procurar, com o canto do olho vejo Kyara flutuando imóvel. Nado em direção a ela o mais rápido possível e começo a cortar as cordas, Colton para ao meu lado e me ajuda, segundos depois conseguimos soltá-la, prendo-a nos meus braços e subo.

Colton vai na frente e entra na lancha, vejo os meninos pularem do barco e nadar em direção a lancha, empurro Kyara a Colton e ele a pega, subindo logo em seguida deito ela no chão e começo a fazer as massagens.

- Porra, ela está congelando – Pétros e Dylan sobem e Colton liga o motor se afastando do barco, os tiros e os gritos ficam para trás, continuo fazendo massagens enquanto eles tentam aquecê-la esfregando os braços e pernas.

- Vamos amor, por favor acorde – Eu falo e faço respiração boca a boca, ela não reage, faço mais massagens e forço o ar em seus pulmões – Vamos, por favor, acorde.

Nada.

Nem uma respiração.

Meus olhos ardem e minhas mãos tremem de encontro ao seu peito, mas não consigo parar, forço mais ar enquanto praticamente grito com ela.

- Amor, eu sei que está me escutando, preciso que volte por mim – Faço mais massagens, é um círculo viciante e só quando vejo a desesperança deles é que sinto um tremor em seu peito – Amor?

Ela levanta a cabeça e eu rapidamente a coloco de lado, água sai da sua boca e suas respirações são desenfreadas, coloco-a sentada e passo os braços em volta dela, aquecendo-a, puxando-a para mim.

- Está tudo bem, você vai ficar bem – Eu sussurro e vejo quando os meninos respiram aliviados, coloco sua cabeça em meu ombro e a aperto próxima a mim. Meu coração acaba de se alojar no meu peito de novo.

A Dama de FerroWhere stories live. Discover now