Capítulo 9 - Paris, Marne e Ypres

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9 meses antes

Anna estava estudando para ser veterinária, quando a guerra começou. Os alemães estavam a apenas 30 quilômetros de Paris quando ela recebeu uma carta de seu pai. Ele estava bem, mas implorava para que ela não retornasse a Bélgica até o fim da guerra. A paciência, contudo, não estava entre as virtudes da Anna.

6 de Setembro de 1914. Paris, França. Naquela noite Anna estava em seu apartamento, quando uma grande movimentação começou na rua. Ela desceu e logo se lembrou do que se tratava. Mais cedo quando lia o jornal, uma matéria dizia que o governo requisitou naquele dia todos os táxis de Paris para levar os soldados franceses para a batalha de Marne. Os soldados já haviam chegado na cidade e os carros preparados partiam para Marne. Anna pensava na possibilidade de ajudá-los também. Havia muitos táxis nas ruas à disposição de quem quisesse. Ela logo entrou em um e foi para Marne levando consigo alguns soldados.

7 de Setembro de 1914. Os carros dirigiram por toda a noite. Anna tinha orgulho de levar os soldados a alcançarem o fronte. Quando ela chegou ao seu destino, descobriu a terrível verdade com seus próprios olhos.

Assim que ela chegou, os soldados partiram rapidamente. Alguns táxis já retornavam. Mas Anna não conseguia voltar. Ela desceu e também partiu sem pressa.

Observa aquele terrível cenário de destruição e morte, que pairavam sobre os corpos já sem vida. Porém, um grito de desespero a surpreende. Ela correu até o soldado francês ferido para socorrê-lo. Ela conseguiu salvá-lo. Ele a agradeceu eternamente. Mas naquele momento ela pensava que realmente havia salvado uma vida. Aquilo a fez refletir, sobre sua vida, aquele era seu destino. Ela decidiu que iria para guerra.

7 meses se passaram. Motivada por sua compaixão, Anna devotou-se de corpo e alma a curar os feridos e os doentes. Cada vida salva era outra pequena vitória sobre a guerra. O conflito, no entanto, prosseguia.

22 de Abril de 1915. Anna estava perto de Ypres, Bélgica. Ela cuidava dos feridos da guerra no acampamento francês. Sem que percebesse, estava escutando a conversa de alguns oficiais do exercito. Em um momento, os oficiais disseram que o exército alemão estava prestes a testar uma nova arma em Ypres. A cidade natal de Anna.

Ela partiu para avisar seu pai do perigo eminente. Chegando aos arredores da cidade, Anna foi recebida pelo grito das sirenes. O gás letal já havia sido lançado. Quando chegou a cidade, partiu direito para a mansão de seu pai. Ela descartava a idéia de que ele já podesse ter partido, pois seu pai não deixaria suas pesquisas tão facilmente. Alguns minutos depois, ela estava em frente a mansão. Parcialmente destruída, alguém lá dentro gritava por socorro. Ela adentrou rapidamente por entre os destroços, e conseguiu chegar ao cômodo onde estava a empregada da casa, ferida e envenenada pelo gás de cloro. Anna a socorre e consegue dar os primeiros socorros. Enquanto a ajudava a sair da mansão, a empregada revelou-lhe que seu pai, um eminente cientista, havia sido sequestrado pelo Barão Von Dorf, que estava ansioso para usar avanços científicos na guerra.

Saindo da cidade, Anna partiu em seu carro, ou melhor, seu táxi, em busca do Barão Von Dorf e encontrou Emile e Freddie

O destino os uniu. Eles haviam sobrevivido à fúria do inimigo, seus tiros, bombardeios, ataques de gás... Agora, com seu pai ao alcance, Anna não iria deixá-lo escapar.

Corações Valentes - A Grande GuerraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora