Capítulo 7

963 225 55
                                    

Gizele

Dez minutos pode ser considerado atraso? Não se estamos em uma sexta-feira na capital paulista, né?

Pelo menos foi nisso que eu me apeguei quando o relógio indicou que o Hugo não surgiu pela porta principal do restaurante. Alguns dias após o envio do seu pau – sem ser solicitado – ele ligou para se desculpar e me convidou para jantar. hesitei por alguns segundos, mas decidi aceitar. Seríamos padrinhos do casamento da Helô e eu não queria um climão no altar, mas o universo não estava conspirando para que isso acontecesse. 

Era a nossa segunda tentativa de encontro. Da primeira vez que marcamos, eu precisei adiar porque era dia de nova coleção e precisei ficar na Líber até mais tarde para finalizar tudo. Dessa vez, a julgar por sua ausência na cadeira a minha frente ficaríamos, mais uma vez, apenas na tentativa.

Mas na ausência dele uma outra figura masculina entrou no restaurante e abrilhantou a minha visão. Uma figura que o universo insistia em colocar na minha vida, como um presente de boas-vindas e só me restava agradecer a ele por esse delicioso presente. Acho que o encarei por muitos minutos, pois vi um sorriso de “eu sei que sou gostoso” surgir no seu rosto, mas mantive o contato visual. Jeferson, estava acompanhado de Olga e de um homem, que pelas mãos unidas a Olga deveria ser o seu marido.

— Gizele, que prazer em vê-la mais uma vez — Olga aproximou-se sorrindo e me levantei para cumprimentá-la com dois beijinhos no rosto. — Esse é o Fábio, meu marido e o meu filho você já conhece.

Você nem imagina...

— O prazer é todo meu! — Respondi sorrindo.

— Vamos comer, mãe? Estou faminto.

— Eles crescem, mas não mudam — ela sorriu para o filho — quer se juntar a nós, Gizele? — Os olhos do filho dela seguiram para a mesa composta para dois.

— Eu estou esperando uma pessoa, obrigada.

Eles seguiram para uma mesa mais ao fundo do restaurante e eu permaneci ali aguardando uma companhia que eu começava a suspeitar que não apareceria. Consultei mais uma vez o Iphone em busca de mensagem do Hugo, mas nenhum sinal dele ali também. Quando o garçom se aproximou para perguntar se eu desejava fazer o pedido, eu pedi uma taça de Cabernet e quando bebia o vinho tinto constatei que havia levado um toco. Mas nem mesmo isso foi capaz de alterar o meu bom-humor, o ambiente era agradável e a comida saborosa e eu aproveitaria aquele date solitário.

— Foi aqui que pediram um acompanhante? — Ergui os olhos do cardápio para encontrá-lo parado a minha frente. O sorriso que surgiu no meu rosto foi a resposta que ele esperava para ocupar o lugar vazio.

— Meu acompanhante tem alguma sugestão de prato principal? — Dessa vez ele me presentou com mais do que um meio sorriso, notei todos os seus dentes brancos e alinhados amostra. Provavelmente, a chapeuzinho vermelho tenha recebido um sorriso parecido do lobo mal antes de ser devorada. A diferença era que eu estava ansiosa para ser comida por ele.

— Se você me perguntasse sobre a sobremesa eu poderia sugerir... — O garçom escolheu o pior momento para aparecer, interrompendo a frase do Jeferson.         

— Agora que seu acompanhante chegou, está pronta para fazer o pedido, senhorita? — Perguntou gentilmente.

— Medalhão de mignon com batatas salteadas — informei.

—  Perfeito, harmoniza bem com o vinho que está bebendo. — O garçom sorriu — desejam mais vinho?

— Sim.

O CEO da Minha Vida tinha que ser Você (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora