Sempre fui uma garota normal, em uma vida normal, na verdade posso trocar esse normal por monótona. Apesar de conter em meu coração uma grande vontade de viver cada segundo, apesar dos sonhos. Sempre fui sugada pelo medo do incerto, pensar em arriscar já me fazia entrar em pânico. Muitos chamavam de responsabilidade, eu mesma nomeei assim por muito tempo, para me consolar, mas nunca foi responsabilidade, foi medo, insegurança, foi falta de vontade de viver.
Porém respirem ninguém aguentaria 20 anos assim, tive pequenos momentos em que vivi.
Foram as vezes que passei a noite olhando as estrelas, na solidão do escuro, a anos atrás, antes de todas as reações alérgicas e os resfriados. Alan e meus pais concluíram que não era saudável, já que eu teria a mesma vista no seguro, dentro de casa, atrás da grande janela da sala. Mas no fim das contas mesmo não sendo a mesma coisa, aderi aos seus cuidados.
Foram as vezes que passei horas com minha mãe rindo das coisas mais bobas possíveis, sempre fomos extremamente ligadas. Minha mãe me ensinou muito sobre liberdade, não é culpada pela bolha que eu nos envolvi, me envolvi. Aceitou minha bolha e me apoiou como sempre. Pois, me vesti bem de a menina responsável e determinada, cada vez que minha mãe ou melhor amiga propunham algo que fugisse da minha zona de conforto, a capa de reponsabilidade surgia.
Foi quando me permiti andar de moto com, minha melhor amiga, Clarice por miseros minutos. No fim das contas, Clarice acabou batendo a moto em um poste antes que saíssemos da minha rua, sem sequelas que não fossem uns arranhões, acabamos na calçada rindo como nunca, pelo menos até Alan aparecer e entrar em pânico. O moreno de olhos negros, era extremamente lindo, mas preocupado na mesma proporção, entrou em pânico quando encarou a situação, me fez prometer nunca mais andar de moto por ai, não que eu seguisse suas vontades, mas para aquela questão era irrelevante, já que nunca me fez diferença andar de moto mesmo, não era seguro.
No início estar com Alan me fez sentir viva, demorei anos para me sentir segura comigo mesma para me relacionar com alguém. Quando o encontrei soube que seria ele, eu via nosso futuro antes mesmo de nos beijarmos, nossos filhos, nossa casa. Tudo milimétricamente organizado, planejado, nada daria errado, sei que passaria tranquilamente minha vida toda ao seu lado, e não seria infeliz, mas seria monótono, seguro ao extremo. Não que ele seja o vilão, desta história ninguém é, ocorre que sem querer, eu sempre me anulei por todos de forma sutil, a vilã sou eu.
Sempre estive no raso, nunca mergulhei nas profundezas do mundo, nas minhas profundezas da alma. Sempre, até tudo acontecer, até eu pisar em Mawer, até eu cruzar com Rael, até lidar com o câncer de Victória, até abraçar o pequeno João.
Foi aqui, que eu renasci, por mérito meu, mas com auxilio de pessoas incríveis.
Te convido a renascer, repensar. Fazer a vida valer a pena.
Essa é a minha história e como eu finalmente reencontrei o caminho das estrelas.

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Em Busca das Estrelas
RomanceNo ato mais arriscado de sua vida, Lucy se muda para a cidade ao lado. Mais do que isso, em sua vida essa é a mudança de tudo, não haveria outra cidade, outro apartamento que a fizesse encontrar as situações certas, as pessoas certas. Conheça a jor...