Lentidão (fanfic de Star Trek)

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(Uma breve nota: apesar de esta ser uma fanfic de Jornada nas Estrelas, pois se passa em seu universo e usando algumas de suas raças, 'Cidade Paraíso' não pertence à franquia, assim como os personagens.)

Odeio negociar com certas raças. Algumas por serem gananciosas, como os malditos ferengi e suas regras de aquisição. Outras por terem um senso absurdo de honra, como os klingons. Mas às vezes é pura e simplesmente porque eu tenho nojo dela. E na minha frente, havia um representante da raça mais nojenta do Universo. Parece um verme supercrescido, com olhos pequenos em comparação a cabeçorra disforme, apoiada direto nos ombros de onde saem braços finos como gravetos. Mas em relação a mim, um olho dele é do tamanho do meu punho fechado. Ele não consegue andar sem a ajuda de um aparelho de suporte anti-gravitacional, pois não possui pernas, e pesa cerca de duas toneladas e meia. Não sei o nome da sua raça e, sinceramente, estou bem assim. Ele grunhe alguma coisa no seu dialeto. O meu velho tradutor universal, roubado do Posto da Federação, demora alguns segundos para traduzir.

- O meu carregamento, MacAran. Cadê o meu carregamento? Essas bebidas deveriam ter chegado no meu bar há semanas.

Emito algumas palavras tranquilizadoras. Enquanto a geringonça traduz, eu penso. Malditos ferengi! Devem ter vendido a carga por um preço melhor do que o meu. Ainda bem que não os pagara adiantado, como havia dito ao monte de banha. Pena que já havia gasto o dinheiro que eu recebera com antigas dívidas. Num planeta à beira da guerra civil, proteção nunca é demais, e eu pagara pela melhor possível.

Gabba sai convencido de eu resolveria tudo. Mas o seu olhar para os dois seguranças que o acompanhavam não me deixa dúvidas do meu destino, caso falhasse.

- Nem que o Conselho Diretor me eleja presidente! Eu não vou sair deste planeta levando você, MacAran. Desiste.

Suspiro. A furiosa criatura a minha frente é loira, tem olhos azuis, e mede 1,80m lindamente distribuídos em curvas sensacionais. Ainda por cima, é proprietária de uma das únicas naves de cruzeiro de toda Cidade Paraíso. Um duplo desperdício que ela seja homossexual e namorada da líder do movimento guerrilheiro, um dos seres mais frios que já vi. E isso porque eu convivi com toneladas de vulcanos.

- Ah, que isso. Pense em tudo o que já fiz por você...

- Fez por mim? Você dorme de favor na minha casa, é um foragido da Federação e do Conselho Diretor, traz mercadoria contrabandeada para o meu armazém...

- Mas um dia posso vir a ser útil!

- Claro. No dia em que quisermos a Federação do nosso lado, entregamos você para eles.

- Viu só? Sou uma ótima moeda de troca, se estiver vivo! Por favor...

- Eu não posso ir. Temos negócios importantes essa semana. Vamos atacar o prédio do Paradise Notícias.

Uau, o mais poderoso centro de notícias desta pocilga protegida por um domo – que alguém, com um grande senso de humor, resolvera chamar de ‘Paraíso’. Realmente, um negócio importante. O videofone de Nicole toca antes que eu consiga pensar em alguma coisa.

“- Nic, querida...está sozinha?”

- O Mac está aqui.

Vou para trás da loura, acenando para o vulto na tela.

- Oi, Rosinha. Senti saudades!

Convivo com os guerrilheiros há dois anos, e só sei o nome e a aparência de Nicole. Nenhum dos demais permite que eu saiba a sua identidade verdadeira. ‘Rosa Luxemburgo’ é o codinome da líder. Por tudo o que percebi aqui e ali, nas entrelinhas e nos detalhes, ela deve ser das famílias importantes daqui. Até mesmo para poder escolher os apelidos de seus companheiros, deve ter tido uma educação privilegiada. Afinal, sabe detalhes obscuros da história pré-espacial da Terra. Isso indica um colégio particular daqueles bons, que neste buraco só aceitam os filhos do topo da escala do dinheiro.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 22, 2014 ⏰

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