Capítulo 1 - Adoção.

5K 235 37
                                    

Mais um dia entediante o orfanato, estava pronta para fugir quando me chamaram.

– Angelica? - chamou o segurança.

– O que foi? - O que será que descobriram agora? Me perguntei, não ousei sussurrar para ninguém.

– Me siga. - E saiu do pátio. Ele nem olhou para trás para conferir se eu seguia-o mesmo. Ele foi direto para a sala de 'audiência', era a sala onde nós falamos sobre nós sobre para quem quiser ouvir e nos adotar, como eu não tenho o dom da fala, ainda estou presa nesse inferno.

Antes de entrarmos o segurança agarrou meu braço e disse:

– Olhe bem o que você vai falar, se você não foi adotada eu juro que te jogo na rua. - deu pra perceber que ele me amava, né? - Ficou claro?

Afirmei com a cabeça, não lhe daria o gostinho de ouvir minha voz trêmula, afinal, falar com estranhos nunca me agradou.

Entramos na sala, um casal de uns 28 anos estavam sentados nas poltronas destinadas aos 'pais adotivos', me sentei no lugar onde já sentara milhares de vezes antes. Olhei para o casal, ele tinha cabelos pretos e olhos verdes, usava uma camisa social azul clara e calças sociais, ela tinha cabelos loiros com cachos bem definidos e olhos cinzentos e usava um vestido vermelho.

– Olá pequena, qual seu nome? - Perguntou a mulher.

– Angelica. - Eu disse numa voz fina.

Os dois se entreolharam.

– Meu nome é Percy, e essa é minha esposa Annabeth, me diga Bi.. - ele parou de falar, depois de una pequena pausa continuou - Angelica, me diga: o nome Nico, te faz lembrar alguma coisa?

Que pergunta estranha. Tentei pensar no nome Nico, nunca o ouvi.

De repente, ouve um fleche na minha cabeça de um menino. Foi muito rápido. Minha cabeça começou a doer.

– Eu.. Esse nome me lembra alguma coisa, não sei dizer.

Eles se olharam novamente, sussurraram alguma coisa, só ouvi o nome Rachel.

– Angelica, na sua vida, aconteceram coisas estranhas? uma coisa que você imaginou não ser verdade?

Claro, aconteceu sim várias coisas estranhas, mas eu não iria dizer para esses estranhos, não importa se eles quiserem ser meus pais. Mesmo se quisesse não conseguiria falar. Eu estava envergonhada.

– Ela é tímida. - Disse o guarda.

– Angelica, querida, você tem dislexia? - perguntou a moça. Confirmei com a cabeça. - Você estaria mais confortável se conversarmos em minha casa?

Não sei o que dizer.

– Voc.. A senhora vai me adotar? - Não podia ser.

– Temos um amigo que adoraria te conhecer, ele sonhou com você.

Comecei a temer aquele casal. Será que eram loucos? será que eram pior do que eu?

– Você quer ir para casa? - perguntou a moça cheia de compaixão na voz.

– Eu? ter uma casa? nunca tive uma casa. - Murmurei.

– Você vai adorar nossa casa.

Eu sei que nunca pertencerei a uma família. Nunca deu certo, eu sempre estragava tudo. Eu sei que vou estragar tudo e vou voltar ao orfanato. Acho que sou diferente das outras crianças.

– Você é como eu, e Percy. Você não é diferente de nós.

Não, Eu não sou essa sua Bianca di Angelo.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora