Capítulo 1

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COMPLETO ATÉ DIA 02/10


- Fofinha! - A minha afilhada de quarenta e cinco dias, me dá um sorriso sem dentes e o que faz com que os seus olhos azuis gigantes brilharem. Literalmente Fofinha o apelido perfeito para a filha do Noah, e a vaca da Su.

Retiro ela do bebê-conforto rosa, que o seu pai está carregando, a pego no meu colo e começo a matar a minha saudade de menos de 12 horas do bebê mais lindo do mundo.

- Oi tia Elis! - Vejo o Yago entrando correndo e indo direto para a minha cozinha, eu prometi para ele um bolo de chocolate e de certo ele já sentiu o cheiro.

Continuo amassando a Fofinha até a Su me chamar pela quarta vez. Ela está nervosa, mais do que o normal, posso ver só pelo jeito que está olhando para tudo a sua volta como se procurasse alguma jaula ou coisa do tipo em que eu fosse colocar as crianças para dormir hoje. Bem capaz que eu seria capaz de fazer alguma coisa desse tipo com a Fofinha e o Yago essa noite.

Hoje vai ser a primeira vez em que a cria vai se desgrudar da Vaca. E se ela ficar mais do que alguns minutos aqui em casa, vai acabar desistindo do programa do casal vinte. Teoricamente o seu "resguardo" terminou há cinco dias, ou seja, o tempo do Noah a convencer de eles fazerem alguma coisa juntos e fora de casa. Claro que a vaca não está confiante ainda para fazer tudo o que o Noah está em mente, até porque depois de umas dicas alimentares para ela, literalmente ela vaza leite por qualquer coisa. Se no início ela não dava conta, agora ela tem que tirar com aquelas maquininhas, de tanto que produz. E óbvio que o que sobra, ela doa para o banco de leite no hospital.

- Ela está de bunda limpa e não faz muito que mamou. - Viro a Fofinha para frente já que ela tem a mania de se agarrar nos meus cabelos, ou os da Su só por diversão e puxar. - Aqui dentro da mala tem fraldas, roupas, leite e...

- Amor, a Elis já sabe de tudo isso. - Noah chega ao meu lado e distribui beijos na Fofinha para se despedir.

- Eu sei, só não custa avisar...

- Mais umas vinte vezes. - Completo. Desde ontem ela me repete tudo o que vai trazer para cá e como lidar com qualquer problema.

Não posso negar. A Su é uma mãe e tanto, cuida daqueles dois filhos como se fosse uma tigresa, e ai de quem querer fazer alguma coisa com eles, ela vira uma fera. O Noah não fica muito atrás, mas é um pouco mais liberal, ainda mais quando ele está há muito tempo a sós com a sua esposa e teoricamente hoje vai ser a primeira noite deles de casados sem uma barriga para atrapalhar no meio, ou choro da Fofinha.

- É que eu vou deixar a minha filha pela primeira vez sozinha! Dá para vocês entenderem? - Noah revira os olhos para mim e se vira para a sua esposa.

- Ela é minha filha também, ou esqueceu? - Ta aí uma coisa que não da para se negar. A Fofinha tem os olhos iguais ao do Noah. Se existir algum teste de DNA visual, o dela daria cento e vinte por cento positivo.

Ela é a cara da Su, e até mesmo a personalidade tem boa porcentagem dela, mas de resto é o Noah escrito. Além dos olhos, o jeito que ela fica emburrada com o calor e também o fato de desde pequena já querer ser o centro das atenções.

- Mamãe - imito uma vozinha de bebê e finjo que sou ela falando - vai dar para o papai e me deixa aqui com a Dinda Elis e o maninho. Tchauzinho. - Pego aquela mãozinha gordinha com uma correntinha de ouro com o seu nome gravado, e a faço acenar para os pais.

- O que a mãe vai dar para o pai? - Yago volta para a sala com a boca toda suja de chocolate, nem para ele fingir que não comeu daria.

Por Acaso DEGUSTAÇÃO!Where stories live. Discover now